Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 ficarão para sempre marcados para a delegação brasileira, não somente pela incrível união entre atletas e torcedores, mas também pelos resultados históricos alcançados pelo Brasil. Para o Comitê Olímpico do Brasil (COB), os objetivos foram cumpridos.
A campanha de 20 medalhas, sendo três de ouro, sete de prata e dez de bronze, incluiu ainda outros grandes resultados, inéditos para as respectivas modalidades no Brasil, reconhecidos pela torcida e razão de grande celebração.
Rebeca Andrade, vencedora do Melhor do Ano – Troféu Rei Pelé entre as mulheres no Prêmio Brasil Olímpico (PBO), foi o grande destaque do Brasil em Paris. Ela voltou da França como maior medalhista da história do País com seis medalhas, maior em uma única edição e primeira mulher com dois ouros individuais.
Já o time formado por Rebeca, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares conquistou a primeira medalha para uma equipe de ginástica artística do sul global.
No vôlei de praia, Duda e Ana Patrícia se tornaram a segunda dupla brasileira campeã olímpica, quebrando um incômodo jejum que vinha desde o ouro de Jaqueline e Sandra em Atlanta-1996, na estreia da modalidade no programa olímpico.
Bia Souza, no judô, se juntou a Sarah Menezes e Rafaela Silva como brasileiras campeãs olímpicas e, graças à medalha por equipes, ela, Larissa Pimenta e Willian Lima se tornaram os primeiros judocas com duas medalhas em uma mesma edição dos Jogos. Willian encerrou um jejum de 32 anos sem uma final no meio-leve – antes, somente com Rogério Sampaio.
Isaquias Queiroz também fez história na canoagem velocidade. Com a prata no C1 1.000m, ele chegou a cinco medalhas olímpicas, igualando Torben Grael e Robert Scheidt e ficando atrás apenas de Rebeca. No vôlei, José Roberto Guimarães também chegou a esse número de conquistas com o bronze conquistado em Paris — ele terminou o ano premiado com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva.
Rayssa Leal está no caminho. Em Paris, aos 16 anos, ela conquistou sua segunda medalha olímpica no skateboarding, também um recorde, ninguém chegou a dois pódios tão jovem.
No futebol feminino, o Brasil encerrou a seca de 16 anos sem medalha para ir além: repetir a campanha de 2004 e 2008 e voltar a uma final olímpica. Os Estados Unidos foram os algozes na decisão pela terceira vez.
Caio Bonfim, também prata, deu ao Brasil sua primeira medalha na marcha atlética, feito tão importante que rendeu a ele o Troféu Rei Pelé no PBO, enquanto Tatiana Weston-Webb faturou a primeira medalha do Brasil no surfe entre as mulheres. Beatriz Ferreira encerrou sua trajetória olímpica se tornando a primeira brasileira a ganhar duas medalhas no boxe, ela agora vai se dedicar totalmente ao boxe profissional, conforme anunciou.
Na canoagem slalom, não deu medalha, mas Ana Sátila alcançou os dois melhores resultados da história do País, um quarto e um quinto lugares no C1 e no K1.
Feito inédito também no triatlo, esporte em que Miguel Hidalgo foi oitavo colocado no centro de Paris, melhor classificação final de todos os tempos. Foi também a melhor participação de um brasileiro de forma geral, já que Hidalgo chegou a brigar por medalha.
Gustavo Bala Loka, sexto no BMX Park Freestyle, deu ao País a segunda melhor classificação final de um brasileiro entre todas as modalidades do ciclismo – em 1960, Anésio Argenton foi sexto no sprint.
Hugo Calderano também fez uma campanha para nunca mais ser esquecida no tênis de mesa. Hugo venceu quatro partidas e se tornou o primeiro brasileiro na semifinal, terminando na quarta colocação.
No tiro com arco, Ana Luiza Caetano chegou às inéditas oitavas de final na chave feminina. No atletismo, Valdileia Martins chegou à final do salto em altura, igualando o recorde brasileiro que já durava 35 anos. Ela terminou sem classificação final porque, machucada, não conseguiu saltar a final.
No badminton, Juliana Vieira conquistou a primeira vitória de uma brasileira na primeira fase, mas só a melhor de cada chave avançava, e ela ficou em segundo.
Na ginástica rítmica, Barbara Domingos, que já havia se tornado a primeira brasileira a se classificar para a prova individual, conquistou uma histórica classificação à final, terminando em décimo. No conjunto, o Brasil também fez história ao alcançar a vaga, mas acabou desfalcado pela lesão de Victoria Borges e terminou em nono.
No handebol, a seleção feminina quebrou um tabu de dez anos ao vencer a pedra no sapato Espanha na estreia, e parou nas quartas de final contra a Noruega.
Já na natação, Guilherme Costa quebrou o recorde sul-americano na final dos 400m livre para terminar a prova no quinto lugar, a 0,26 da medalha. Maria Fernanda Costa, sétima na versão feminina, também bateu recorde brasileiro na abertura do 4x200m livre, que chegou à final e foi sétimo