Os resultados discretos na pista e a pressão da torcida brasileira não assustam Gabriel Bortoleto no início de sua trajetória na Fórmula 1. O novato da Sauber revelou que tem encarado os desafios na categoria máxima do automobilismo mundial com naturalidade e garantiu que está satisfeito com seu desempenho até o momento.
“Entendo a pressão que sofremos como brasileiros. Somos um país de extremo sucesso em quase todos os esportes que disputamos. Se fosse o primeiro brasileiro na F1, ninguém ia cobrar nada. Mas como temos grandes campeões no passado, a cobrança vai sempre existir, e lido bem com isso. Se cobram, é porque esperam bons resultados de mim”, disse Bortoleto em entrevista ao site Grande Prêmio.
“Obviamente, tem de ter um motivo, uma razão. Estou fazendo um bom trabalho até agora, entregando bons resultados, andando próximo do meu companheiro em todas as etapas. Em algumas, fiquei na frente, em outras ele me superou. Isso não é comum entre os novatos, não só neste ano, mas historicamente. Tenho um cara extremamente talentoso do meu lado, um dos mais respeitados no paddock. Teoricamente, não tenho obrigação nenhuma de ficar à frente dele, ninguém espera isso. Talvez só os fãs, e entendo isso, querem ver o sucesso do país, e óbvio que sempre darei o meu melhor”, acrescentou.
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Com maturidade rara para alguém de apenas 20 anos, Bortoleto ressaltou a importância da paciência, deixando claro que seus objetivos estão voltados para o futuro. O brasileiro ainda não pontuou na F1 e teve como melhor resultado o 14º lugar no GP da China.
“É meu desejo ser melhor que todos do grid, mas é preciso paciência. No final das contas, o plano é a longo prazo. Claro que chegar em 13º ou 14º não muda muito hoje, mas chegar em primeiro ou segundo no futuro mudará minha vida. É nisso que temos de focar como equipe. E, como brasileiros, precisamos entender que o projeto é a longo prazo, ter paciência, apoio — não só para mim, mas também para a equipe, porque me apoiam muito e deram a oportunidade para voltarmos à F1”, ressaltou.
“Eles nos deram a oportunidade, estão me apoiando — entrei sem colocar um centavo. É algo não muito comum para estreantes. Então, é ter confiança, apoiar toda a equipe, os brasileiros da base, eu que estou na F1, para que tenhamos sucesso um dia. Isso não vai acontecer hoje ou amanhã, talvez em alguns anos. E tenho certeza que se for campeão mundial ou estiver brigando [pelo título], ninguém lembrará dos anos de dificuldade ou dos momentos ruins”, finalizou Bortoleto.