O Ibovespa bateu novo recorde nesta quinta-feira (3), com blue chips como Itaú e Vale entre os principais suportes, enquanto agentes também repercutem dados do mercado de trabalho norte-americano mais fortes do que as expectativas.
O índice referência do mercado acionário brasileiro fechou o dia em alta de 1,35%, a 140.927,86 pontos, tendo alcançado 141.303,55 pontos no melhor momento.
Enquanto isso, o dólar a vista caiu 0,27%, cotado em R$ 5,4047, no menor valor desde 24 de junho de 2024, quando encerrou aos R$ 5,3904. No ano, a divisa acumula baixa de 12,53%.
Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo a força da divisa norte-americana no exterior, depois que o governo dos EUA informou que foram criados 147 mil postos de trabalho no país em junho, acima dos 144 mil empregos abertos em maio, em dado revisado para cima.
O resultado veio bem acima do esperado por economistas em pesquisa da Reuters, que projetavam a criação de 110 mil vagas. O relatório ainda mostrou que a taxa de desemprego caiu para 4,1% em junho, de 4,2% em maio. A expectativa era de que a taxa subiria para 4,3%.
Os números de emprego, que eram amplamente aguardados durante toda a semana, vieram na contramão de dados recentes que mostraram uma inflação moderada e uma desaceleração do mercado de trabalho, o que vinha fomentando as apostas em cortes de juros pelo Fed.
Com o novo sinal de força do mercado de trabalho desta quinta, operadores passaram a precificar 53 pontos-base de afrouxamento monetário neste ano, de 66 pontos antes do relatório. As chances de um corte já na próxima reunião, em julho, estavam em 6%, de 24% mais cedo.
Os dados ainda devem reforçar a atual postura defendida pelo chair do Fed, Jerome Powell, que tem dito que o banco central dos EUA não tem pressa para reduzir os juros, uma vez que aguarda evidências dos impactos de tarifas sobre a inflação.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,62%, a 97,357.
Para moedas mais arriscadas, como o real, o adiamento das apostas em cortes de juros era um fator de pressão, já que indica um diferencial de juros menos atrativo para investimentos estrangeiros do que o esperado anteriormente.
Para além da agenda de dados, as negociações comerciais em andamento dos EUA com seus parceiros também pode afetar as negociações ao longo do dia, à medida que se aproxima o prazo de 9 de julho para que os países fechem acordos a fim de evitar a imposição de tarifas mais altas.
Na véspera, o presidente Donald Trump anunciou um acordo comercial com o Vietnã, mas ainda negociava com Japão, União Europeia e Índia.
Mais tarde, as negociações podem ter menor liquidez, uma vez que os mercados dos EUA fecham mais cedo, às 14h, e permanecerão fechados na sexta-feira devido ao feriado do Dia.