A Rússia lançou o maior ataque com drones contra a Ucrânia desde o início da guerra em 2022, informaram autoridades ucranianas nesta quarta-feira (9).
A ofensiva ocorreu poucas horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometer mais apoio militar a Kiev e acusar seu homólogo russo, Vladimir Putin, de “falar besteira” sobre as negociações de paz.
O enorme ataque aéreo envolveu 728 drones, informou a Força Aérea da Ucrânia, superando em centenas o recorde anterior de 539 dispositivos, estabelecido em 4 de julho — mas foi amplamente repelido, com danos limitados e sem relatos imediatos de mortes.
“Este é um ataque demonstrativo, e ocorre em um momento em que houve tantas tentativas de alcançar a paz e o cessar-fogo, mas a Rússia rejeita tudo”, escreveu o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no aplicativo de mensagens Telegram.
“Nossos parceiros sabem como pressionar para que a Rússia seja forçada a pensar em acabar com a guerra, não em novos ataques. Todos que querem a paz devem agir.”
O bombardeio, que teve como alvo principal a cidade de Lutsk, no noroeste da Ucrânia, foi tão intenso que obrigou os militares poloneses a enviar aeronaves para seu espaço aéreo.
Ofensiva ocorre após semanas de intensificação dos ataques aéreos russos contra a Ucrânia.
“Ontem à noite, nossa região foi novamente alvo de um ataque em massa”, declarou Ivan Rudnitskyi, chefe da administração militar na região de Volyn, onde fica a cidade atacada, no Telegram. “Praticamente tudo voava em direção a Lutsk.”
A Força Aérea da Ucrânia informou ter destruído 718 drones. Não houve relatos imediatos de mortes. Uma mulher foi hospitalizada com ferimentos no peito na cidade de Brovary, perto de Kiev, informou o prefeito.
A Ucrânia lançou 86 drones em direção à Rússia durante a noite, segundo o Ministério da Defesa russo.
Na segunda-feira (7), Trump prometeu restaurar a ajuda militar à Ucrânia, depois que um alto funcionário da Casa Branca dizer na semana passada que os Estados Unidos suspenderiam alguns envios de armas para Kiev, incluindo mísseis de defesa aérea.
Kiev precisa urgentemente de mais mísseis interceptores Patriot de fabricação americana para repelir ataques russos.
“Vamos enviar mais armas (para a Ucrânia)”, anunciou o líder americano na noite de segunda-feira. “Temos que fazer isso — eles precisam ser capazes de se defender.”
O presidente acrescentou: “Eles estão sendo duramente atingidos. Teremos que enviar mais armas”, disse. “Armas defensivas, principalmente, mas eles estão sendo duramente atingidos.”
Um porta-voz do Pentágono afirmou posteriormente que “sob orientação do presidente Trump, o Departamento de Defesa está enviando armas defensivas adicionais para a Ucrânia para garantir que os ucranianos possam se defender enquanto trabalhamos para garantir uma paz duradoura e garantir o fim das matanças”.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, não informou Trump antes de autorizar a suspensão das armas na semana passada, conforme cinco fontes familiarizadas com o assunto.