O tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou preocupação para as federações das indústrias dos estados que possuem grande número de exportações anuais para os americanos.
Segundo dados da Amcham, a Câmara Americana de Comércio para o Brasil, o país bateu recorde histórico nas exportações para os EUA em 2024.
Foram cerca de US$ 40,3 bilhões em 40,7 milhões de toneladas de produtos e commodities enviadas, com destaque para a indústria (70% do montante).
Atualmente, o ranking dos estados que mais exportam aos EUA é composto por:
- São Paulo: US$ 13,5 bilhões (33,6% do total)
- Rio de Janeiro: US$ 7,2 bilhões (17,9%)
- Minas Gerais: US$ 4,6 bilhões (11,4%)
- Espírito Santo: US$ 3,1 bilhões (7,6%)
- Rio Grande do Sul: US$ 1,8 bilhões (4,5%)
- Santa Catarina: US$ 1,7 bilhões (4,3%)

Repercussão no Rio de Janeiro
A Firjan, Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, afirmou que “manifesta grande preocupação” com o anúncio das tarifas divulgadas, já que o pacote prevê 50% a mais em commodities que já tiveram um acréscimo de 25% durante o ano como o setor do aço e 10% ao alumínio.
O estado possui como principais produtos exportados o petróleo e peças de aeronaves.
Repercussão no Espírito Santo
A Findes considerou que a alta de 50% é uma ação “arbitrária” do governo americano e que trará impactos severos ao aço, rochas ornamentais, papel, celulose, minério e café, os principais “produtos da estrutura econômica capixaba”.
Repercussão no Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, a Fiergs afirma que também enxerga a situação com preocupação e os EUA são o segundo maior parceiros comercial internacional do estado, principalmente para produtos químicos, máquinas, alimentos processados, calçados e couro.
Os gaúchos mencionam que o “foco permanece na defesa do livre comércio, do diálogo internacional e da segurança jurídica para as empresas exportadoras e que a medida seja revista antes de sua entrada em vigor”.
Repercussão em Santa Catarina
Em Santa Catarina, a Fiesc pediu para que a diplomacia brasileira atue intensamente na negociação com os americanos para que a indústria brasileira “continue competitiva”.
Além disso, a federação manifestou receio no possível crescimento do desemprego, principalmente no setor moveleiro. Atualmente, os EUA são os maiores parceiros comerciais dos catarinenses.
Empresários temem que os produtos oriundos das usinas de aço ou manufaturados tenham impacto nos preços já no próximo mês, além de acreditarem que acessórios importados da Europa também tenham acréscimo nos valores.
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Repercussão em Minas Gerais
Por meio de nota, a FIEMG afirmou que reafirma a importância do diálogo e da cooperação entre os países” e que o momento exige “serenidade e responsabilidade”.
Além disso, a federação entende que “eventuais medidas de retaliação devem ser avaliadas com cautela, uma vez que podem trazer prejuízos significativos à sociedade e ao setor produtivo”.
Repercussão em São Paulo
A FIESP afirma que “quando razões não econômicas são usadas para justificar a quebra de todo o regramento comercial e do direito internacional, é importante reafirmar os princípios instituídos pelos Fouding fathers da América”.
A nota assinada pelo presidente da instituição, Josué gomes da Silva, afirma, ainda, “que apesar do impacto negativo para a indústria brasileira, a Fiesp entende que a soberania nacional é inegociável”. Por fim, esperam que “a diplomacia e as negociações equilibradas prevaleçam a despeito de ideologias e preferências pessoais e que o bom senso volte a nortear as relações entre as duas nações”.