O governo federal enviou, na última terça-feira (15), uma carta ao governo dos Estados Unidos manifestando “indignação” com a tarifa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump sobre a importação de produtos brasileiros.
O documento foi assinado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A correspondência foi endereçada ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio norte-americano, Jamieson Greer.
Na carta, o governo brasileiro afirma que a medida trará impactos econômicos significativos para ambos os países. As autoridades destacam que, desde o primeiro anúncio de Trump sobre tarifas — quando o Brasil foi atingido por uma alíquota de 10% —, o Executivo tem buscado manter um canal de diálogo com Washington.
“Para fazer avançar essas negociações, o Brasil solicitou, em diversas ocasiões, que os EUA identificassem áreas específicas de preocupação para o governo norte-americano”, diz o texto.
Ainda segundo a carta, o Brasil apresentou, em 16 de maio, uma minuta confidencial com propostas de negociação que poderiam servir de base para um eventual acordo. No entanto, o governo afirma que o documento foi ignorado pelas autoridades dos EUA.
Apesar da falta de resposta, o Brasil reforça que permanece aberto ao diálogo.
“O Brasil continua disposto a dialogar com as autoridades americanas e a negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países, além de mitigar os impactos negativos da elevação de tarifas sobre nosso comércio bilateral”, conclui a carta.