A produção de grãos de Roraima – soja, milho e arroz – aumentou 202,5% entre 2018 e 2025, segundo dados da Secretaria Estadual de Agricultura e Inovação. Ou seja, triplicou em sete anos. Já o rebanho do estado cresceu 60,25% no mesmo período.
A agropecuária é um dos setores que tem puxado o crescimento do PIB do estado nos últimos anos. Em 2022, a alta foi de 11,3%, a maior entre os estados brasileiros, segundo dados do IBGE.
De acordo com o governador de Roraima, Antônio Denarium, o estado tinha gargalos para o desenvolvimento, que estão sendo resolvidos nos últimos anos. Ele cita, por exemplo, a transferência de terras que estavam no nome da União para o nome do Estado de Roraima. “A regularização fundiária trouxe segurança jurídica”, explica.
“Nós temos aqui em Roraima o maior programa de regularização fundiária do Brasil, não tem nada parecido. Nós já entregamos mais de 22 mil títulos definitivos e foram titulados mais de 2 milhões de hectares de terra rural. O trabalho foi feito exclusivamente pelo governo estado em 2019. Enquanto isso, os demais estados não se preocuparam com essa ação e hoje nós somos destaque nacional com a regularização fundiária”, afirma o governador.
A produção agropecuária também se reflete nas exportações. Em 2018, o Roraima exportou US$ 14 milhões e, em 2024, US$ 313 milhões. Um crescimento de mais de 1.800%, o maior do Brasil, segundo dados do estado. Os principais parceiros do estado são Venezuela e Guiana, mas Denarium afirma está ampliando mercados, principalmente, para novos países europeus e asiáticos.
Dados do Comex do Ministério da Indústria e Comércio amostram que a soja é o principal produto de exportação do Estado. Só em 2023, foram US$ 124 milhões em grãos exportados. No mesmo ano, farelos de soja foram o quarto item da balança com US$ 35 milhões em exportações.
Segundo Denarium, o estado investe também em programas de agricultura familiar e familiar indígena. “Neste ano de 2025, nós plantamos 4 mil hectares de milho, feijão, mandioca e macaxeira nesses programas. Nós estamos plantando milho em 200 comunidades indígenas, em módulos de 10 hectares. E estamos capacitando os indígenas na produção de alimentos”, afirma.
Ele acrescenta ainda que o governo fornece os insumos para o plantio, desde o calcário, o trator, a plantadeira, o adubo de cobertura, a semente, a coletadeira, o saco para ensacar, até a balança para pesar e o caminhão para transportar.