O governo Trump completou nesta sexta-feira (18) uma troca de prisioneiros em grande escala com a Venezuela.
Aproximadamente 250 venezuelanos deportados dos Estados Unidos e mantidos em uma prisão de segurança máxima em El Salvador foram enviados de volta ao seu país de origem em troca dos reféns americanos que ainda estão presos na Venezuela, segundo fontes.
Já o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que dez americanos detidos injustamente na Venezuela foram libertados.
Em março, o governo Trump utilizou uma lei de tempos de guerra para deportar rapidamente mais de 200 venezuelanos para El Salvador, onde foram detidos na megaprisão conhecida como Centro de Confinamento para Terroristas (CECOT).
As deportações pegaram advogados de imigração e familiares de surpresa e provocaram forte reação pública.
Embora o governo dos EUA ainda não tenha divulgado uma lista das pessoas que embarcaram nos voos de março, advogados e familiares confirmaram alguns dos nomes dos transferidos para El Salvador.
Os Estados Unidos classificaram os deportados como membros de gangues ilegais, embora advogados de imigração, as equipes de defesa e familiares tenham rejeitado essa acusação, argumentando em muitos casos que os detidos não tinham antecedentes criminais.
Não está claro se esses venezuelanos serão presos ao retornarem aos seus países de origem.
O secretário de Estado Marco Rubio manteve contato direto com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, no início deste ano, após a reunião do líder salvadorenho com o presidente Donald Trump na Casa Branca em abril.
Após a visita, Bukele propôs, em uma publicação no X, um acordo que incluiria o envio dos 252 venezuelanos detidos na prisão salvadorenha de volta à Venezuela em troca da libertação do mesmo número de presos políticos detidos no país sul-americano.
O Gabinete do Enviado Especial Presidencial para Assuntos de Reféns (SPEHA) do Departamento de Estado participou da logística da troca desta sexta-feira, disse uma autoridade americana, sem fornecer mais detalhes.
As famílias dos americanos detidos na Venezuela conversaram com Seb Gorka, alto funcionário da Segurança Interna, no início deste ano, disseram participantes e um funcionário da Casa Branca à imprensa.
Após essa reunião, um veterano da Força Aérea dos EUA foi libertado da prisão na Venezuela em maio, informou a imprensa internacional.
Joseph St. Clair foi libertado e entregue ao enviado especial dos EUA, Richard Grenell, de acordo com o comunicado da família. St. Clair estava detido desde novembro e era um dos nove americanos declarados detidos injustamente na Venezuela.