Um artigo de opinião publicado no jornal Financial Times nesta terça-feira (22) chamou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de “imperador do Brasil”.
O colunista Edward Luce relembrou que Trump anunciou a imposição de tarifa de 50% contra o Brasil citando a investigação contra Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe e que os EUA tiraram o visto do ministro Alexandre de Moraes.
Ao destacar que Marco Rubio, chefe da diplomacia americana, “construiu sua marca” em torno da promoção de valores democráticos dos Estados Unidos e do Estado de Direito, Luce ressaltou: “Agora, ele pune o sistema jurídico de uma democracia irmã por aplicar a lei”.
“O paralelo entre Trump e Bolsonaro é insólito. A diferença é que Bolsonaro está sendo responsabilizado”, comentou o jornalista, após citar a invasão do Capitólio dos EUA por apoiadores do republicano em 2021.
“O mundo presta atenção ao que os Estados Unidos fazem, não ao que dizem. Mas se existe um farol liberal democrático hoje em dia no hemisfério de Rubio, ele vem de Brasília e Ottawa. Por enquanto, Washington está descartada”, adicionou em outro ponto.
Segundo o colunista, Trump se orgulha da imprevisibilidade, mas avaliou que as ações do presidente dos EUA não fazem sentido, visto que o país tem superávit comercial com o Brasil.
“O país de Lula deveria, portanto, ter sido isento das tarifas do “dia da libertação” de Trump”, ponderou.
“Se Trump tivesse em mente um motivo não econômico, como ajudar um colega autoritário, sua lógica ainda se anula. Entre as principais vítimas de uma tarifa americana de 50% sobre o Brasil estariam os pecuaristas e os exportadores de café do país. Ambos os setores são redutos de Bolsonaro”, adicionou.
Em seguida, Luce avalia que, com o tarifaço, Trump impulsiona a posição de Lula, não a de Bolsonaro.
Ele ainda fez referência à fala de Lula em entrevista à emissora CNN de que o republicano não foi eleito para ser “imperador do mundo”.
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