Visitas de parentes e brasileiros, além de viagens, fizeram parte da investigação para localização da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que estava foragida na Itália.
As visitas foram ponto-chave, pois com monitoramento dos locais foi possível saber o real endereço, relatam investigadores da PF (Polícia Federal). As entradas e saídas de onde estava a parlamentar foram vistoriadas.
A investigação foi feita pela Diretoria de Cooperação Internacional da PF, com apoio da Interpol, que repassou informações à polícia local italiana, porque a PF não pode agir em outro país.
Investigadores dizem que Zambelli mudou de endereço mais de uma vez, até ser presa na Via Borghetto di Vara, no bairro Aurelio, em Roma, às 16h40 de terça-feira (29), pelo horário de Brasília.
A prisão da deputada foi informada por telefone pelo adido da PF em Roma, Umberto Ramos Rodrigues, ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Adido é a função de representar a instituição em outro país.
Além dos monitoramentos, a Embaixada do Brasil na Itália informou à CNN que a prisão de Zambelli contou com ajuda do deputado italiano Angelo Bonelli, que descobriu o endereço da deputada e repassou para a polícia italiana. A PF não confirmou essa informação e diz que já monitorava a foragida desde sua chegada na Itália, em 5 de junho.
A polícia local também já havia recebido relatos de viagens de Zambelli a duas regiões da Itália: Veneto e Toscana, onde esteve para visitar parentes, como noticiou a âncora da CNN Tainá Falcão.
Com a prisão, começa o trâmite para possível extradição ao Brasil, mas sem prazo para análise. O Ministério do Interior, equivalente ao Ministério da Justiça brasileiro, recebeu do Farnesina — que é responsável pelas questões diplomáticas — o pedido do Brasil em 12 de junho. Após análise, a pasta distribui a um tribunal.
Após a prisão da deputada, o tribunal que tiver recebido o pedido avalia a existência de condições de extradição, analisando documentação e a condenação pelo crime de invasão de dispositivo eletrônico.
Depois da decisão do tribunal, aceitando ou negando, o processo volta ao Ministério do Interior, que informa a Farnesina, que informa a Embaixada do Brasil na Itália.