O governo russo alertou nesta segunda-feira (4) que “todos devem ser extremamente cuidadosos com a retórica nuclear”, após a ordem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reposicionar dois submarinos nucleares.
Trump disse na sexta-feira (1º) que estava ordenando o envio de dois submarinos nucleares da Marinha dos EUA para “regiões apropriadas”, em um esforço para estar “preparado” — uma resposta aos comentários inflamados de Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança.
“Obviamente, os submarinos americanos já estão em serviço de combate. Este é um processo contínuo”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na segunda-feira, durante uma coletiva de imprensa. “Além disso, preferimos não nos envolver em tal retórica e não queremos comentá-la de forma alguma.”
“Tratamos quaisquer declarações relacionadas a questões nucleares com grande cautela”, acrescentou Peskov. “A Rússia presta muita atenção ao tema da não proliferação nuclear. Acreditamos que todos devem ser extremamente cautelosos com a retórica nuclear.”
Questionado pela mídia russa sobre a prontidão dos Estados Unidos para uma guerra nuclear, Peskov respondeu: “Em uma guerra nuclear, não pode haver vencedor… Não acreditamos que estejamos falando atualmente de qualquer tipo de escalada.”
Entenda a guerra na Ucrânia
A Rússia iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e detém atualmente cerca de um quinto do território do país vizinho.
Ainda em 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, decretou a anexação de quatro regiões ucranianas: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Os russos avançam lentamente pelo leste e Moscou não dá sinais de abandonar seus principais objetivos de guerra.
Enquanto isso, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pressiona por um acordo de paz.
A Ucrânia tem realizado ataques cada vez mais ousados dentro da Rússia e diz que as operações visam destruir infraestrutura essencial do Exército Russo.
O governo de Putin, por sua vez, intensificou os ataques aéreos, incluindo ofensivas com drones.
Os dois lados negam ter como alvo civis, mas milhares morreram no conflito, a grande maioria deles ucranianos.
Acredita-se também que milhares de soldados morreram na linha de frente, mas nenhum dos lados divulga números de baixas militares.
Os Estados Unidos afirmam que 1,2 milhão de pessoas ficaram feridas ou mortas na guerra.