Durante evento no Acre, nesta quinta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas contundentes contra a família Bolsonaro e manifestou apoio à cassação dos mandatos de parlamentares que ocuparam as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado.
Lula qualificou Jair Bolsonaro como “presidente ignorante e chucro” e acusou o filho do ex-presidente de traição ao país por ter supostamente pedido ajuda dos Estados Unidos para um golpe no Brasil.
No mesmo evento, o presidente pediu ao senador Sérgio Petecão (PSD-AC) que não assinasse o pedido de impeachment contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, afirmando que “quem deveria sofrer impeachment são esses deputados e senadores que ficam tentando fazer greve para impedir o funcionamento da Câmara e do Senado. São verdadeiros traidores da pátria”.
O discurso de Lula acontece em meio a tensões entre os poderes Legislativo e Judiciário, intensificadas por investidas de parlamentares contra decisões da Corte Suprema.
Em resposta, a oposição na Câmara dos Deputados divulgou nota oficial na qual condena a fala do presidente, classificando-a como uma “prova cabal de seu perfil autoritário, truculento e incompatível com a democracia”.
O bloco oposicionista afirma que Lula “pretende criminalizar um ato político legítimo, realizado em um momento gravíssimo da vida nacional, em reação direta à denúncia da Lava Toga”, que teria revelado suposta perseguição política comandada por Moraes.
“É preciso lembrar que o próprio PT, no passado, foi contra a indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal”, ressaltam os deputados. “Hoje, no entanto, Lula e o PT se tornaram aliados de Moraes, unidos em um projeto de destruição da oposição, censura à imprensa livre e perseguição a todos que se atrevam a desafiar o regime que tentam impor ao Brasil.”
A nota reforça que “a ocupação das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado é um instrumento de resistência democrática, usado inúmeras vezes pela própria esquerda, sem nunca ter sido considerado motivo para cassação de mandato”.
E conclui: “A oposição na Câmara reafirma que não se intimidará com ameaças, intimidações ou tentativas de cassação. Lula pode querer uma ditadura sem oposição — mas encontrará aqui um bloco coeso, combativo e inabalável na defesa da liberdade.”