Israel derrubou nesta segunda-feira (8) um arranha-céu de 12 andares no centro da Cidade de Gaza, o 4º prédio do tipo destruído pelo 4º dia seguido na Faixa de Gaza. O bombardeio ocorreu após o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ter prometido que “uma enorme tempestade de furacão” atingiria a cidade hoje.
O prédio era conhecido como Al-Roya 2, onde dezenas de famílias deslocadas pela guerra estavam abrigadas. O Exército israelense confirmou o bombardeio, ocorrido três horas após ter ordenado a evacuação do edifício e de centenas de tendas na área ao redor do local.
“Hoje uma enorme tempestade de furacão atingirá os céus da cidade de Gaza, e os telhados das torres do terror tremerão. Este é o último aviso para os assassinos e estupradores do Hamas em Gaza e nos hotéis de luxo no exterior: libertem os reféns e depõem as armas — ou Gaza será destruída e vocês serão aniquilados. Israel continua conforme planejado — e se prepara para expandir a operação para derrotar Gaza”, afirmou Katz.
Em comunicado, o Exército israelense disse que terroristas do Hamas que haviam “instalado meios de coleta de inteligência” e dispositivos explosivos estavam operando perto do prédio e “o usaram durante toda a guerra para planejar e promover ataques terroristas contra as forças das IDF.”
Ainda não se sabe, até a última atualização desta reportagem, se o ataque ao Al-Roya 2 deixou mortos ou feridos. Um vídeo do momento do ataque mostra dois mísseis atingindo a base do edifício, e gritos de pessoas após a queda do prédio.
Os ataques aéreos a arranha-céus da Cidade de Gaza compõem uma estratégia adotada pelo governo Netanyahu antes de entrar com tropas na cidade para tomá-la completamente . A ideia é destruir edifícios de muitos andares, que segundo Israel são utilizadas de forma estratégica pelo Hamas.
No domingo, Israel derrubou o prédio Al-Roya. Já no sábado, foi a vez de um arranha-céu residencial não identificado. Na sexta-feira, o 2º maior prédio de Gaza foi derrubado. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira que Israel derrubou 50 edifícios “utilizados pelo Hamas” na Cidade de Gaza.
Mais cedo nesta segunda-feira, Israel havia afirmado que intensificaria os ataques aéreos contra Gaza nesta segunda-feira em um “furacão poderoso”, servindo como último aviso ao Hamas de que destruirá o enclave, a menos que os combatentes aceitem a exigência de libertar todos os reféns e se render.
Arranha-céu no centro da Cidade de Gaza é envolto em fumaça e chamas ao ser bombardeado por Israel e momentos antes de cair em 8 de setembro de 2025.
Moradores disseram que as forças israelenses bombardearam a Cidade de Gaza pelo ar e explodiram veículos blindados antigos em suas ruas. O Hamas afirmou que estava analisando a mais recente proposta de cessar-fogo dos EUA, entregue no domingo (8) com um alerta do presidente Donald Trump de que essa era a “última chance” do grupo terrorista.
A guerra começou com um ataque de combatentes liderados pelo Hamas no sul de Israel em 2023. Os atacantes mataram 1.200 pessoas, segundo números israelenses, e levaram mais de 250 reféns para Gaza. A maioria dos reféns foi libertada em cessar-fogos em novembro de 2023 e entre janeiro e março de 2025, mas o grupo manteve outros como moeda de troca.
A ofensiva israelense reduziu grande parte do enclave a escombros e causou uma catástrofe humanitária. Mais de 64.000 palestinos foram confirmados mortos, segundo autoridades de saúde em Gaza.
Operação terrestre
Arranha-céu no centro da Cidade de Gaza é envolto em fumaça e chamas ao ser bombardeado por Israel e momentos antes de cair em 8 de setembro de 2025.
Netanyahu afirmou nesta segunda-feira (8) que as tropas do país estão se organizando e juntando para uma “manobra terrestre” na Cidade de Gaza e alertou para que todos os moradores do local “evacuem agora”.
Seu governo aprovou em meados de agosto a tomada total da Faixa de Gaza, tendo como a maior cidade do enclave o objetivo imediato. Israel considera a cidade como o último bastião do Hamas no território palestino, e acredita ser necessário entrar na cidade para obter a vitória total sobre o grupo e resgatar os reféns remanescentes.
O coronel Avichay Adraee, porta-voz em língua árabe do Exército, ordenou a evacuação de alguns bairros da maior cidade da Faixa de Gaza, zona onde vivem cerca de um milhão de palestinos, segundo a ONU. Adraee pediu que eles fossem para Khan Younis, no sul do território, que declarou “humanitária” e que teria uma estrutura humanitária para os receber.