Mais de 100 mil manifestantes marcharam pelo centro de Londres neste sábado (13), carregando bandeiras da Inglaterra e do Reino Unido, em uma das maiores manifestações de direita dos tempos modernos do país, organizada pelo ativista anti-imigrante Tommy Robinson.
A polícia disse que a marcha “Unite the Kingdom” (“Una o Reino”, em tradução livre) de Robinson contou com a presença de cerca de 110.000 pessoas, que foram mantidas afastadas do contraprotesto “Stand Up to Racism” (“Lute contra o Racismo”, em tradução livre), nas proximidades, em que 5.000 pessoas participaram.


Policiais tiveram que intervir em vários locais para impedir os manifestantes do protesto anti-imigração de tentar acessar “áreas estéreis” entre os dois protestos, romper cordões da polícia ou chegar a grupos opostos, disse a Polícia Metropolitana de Londres.
Vários oficiais foram agredidos e outros tiveram que usar equipamento de proteção, apoiados por cavalos da polícia.
Os manifestantes carregavam a bandeira do Reino Unido e a Cruz de São Jorge vermelha e branca da Inglaterra, enquanto outros traziam bandeiras americanas e israelenses e usavam os chapéus MAGA do presidente dos EUA, Donald Trump.
Eles entoaram slogans críticos ao primeiro-ministro Keir Starmer e carregavam cartazes, incluindo alguns que diziam “vão para casa”. Alguns participantes trouxeram crianças.

Morte de Charlie Kirk
Tommy Robinson apresentou a marcha Unite the Kingdom como uma celebração da liberdade de expressão.
Ativistas também lamentaram a morte de Charlie Kirk, o ativista conservador americano morto com um tiro na quarta-feira (10).
“Centenas de milhares já ocupam as ruas do centro de Londres enquanto nos unimos como um por nossas liberdades”, disse Robinson no X.

Robinson, cujo nome verdadeiro é Stephen Yaxley-Lennon, descreve-se como um jornalista expondo irregularidades do estado e conta o bilionário dos EUA, Elon Musk, entre seus apoiadores.
O maior partido político anti-imigrante do Reino Unido, Reform UK, que liderou as pesquisas de opinião nos últimos meses, manteve distância de Robinson, que tem várias condenações criminais.
“Queremos o nosso país de volta, queremos a nossa liberdade de expressão de volta no caminho certo”, disse Sandra Mitchell, uma apoiadora que participou do comício.
“Eles precisam parar a migração ilegal para este país,” ela disse. “Nós acreditamos em Tommy.”
Atuação da polícia

A polícia disse que mobilizou mais de 1.600 policiais em Londres, incluindo 500 trazidos de outras forças.
Além de policiar as duas manifestações, a polícia de Londres está atarefada com jogos de futebol e shows de música.
“Vamos abordá-los como fazemos com qualquer outro protesto, policiando sem medo ou favor, garantindo que as pessoas possam exercer seus direitos legais, mas sendo firmes em lidar com incidentes ou delitos se eles ocorrerem”, disse o comandante Clair Haynes, que está liderando a operação policial.
Haynes disse que a polícia estava ciente de um registro de “retórica antimuçulmana e incidentes de cânticos ofensivos por uma minoria” em protestos anteriores, mas disse que as comunidades de Londres não devem se sentir como se tivessem que ficar em casa.

No sábado passado, quase 900 pessoas foram presas em uma manifestação em Londres contra a proibição do grupo de protesto Palestine Action (“Ação Palestina”, em tradução livre).
A imigração tornou-se a questão política dominante no Reino Unido, eclipsando as preocupações sobre uma economia que deixa a desejar, já que o país enfrenta um número recorde de pedidos de asilo.
Mais de 28.000 migrantes chegaram em pequenas embarcações através do Canal da Mancha até agora este ano.
Bandeiras inglesas vermelhas e brancas se proliferaram ao longo das ruas e foram pintadas nas estradas.
Os apoiadores dizem que se trata de uma campanha espontânea de orgulho nacional, mas os que lutam contra o racismo veem uma mensagem de hostilidade para com os estrangeiros.