O ministro das Relações Exteriores da Polônia sugeriu que os países da Otan deveriam considerar impor uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia para proteger o território e a população dos países membros da aliança militar contra drones russos.
As declarações de Radoslaw Sikorski vêm após a incursão, na semana passada, de drones russos no espaço aéreo polonês. Caças e sistemas de defesa aérea da Otan abateram os drones, que não estavam armados.
Falando sobre a possibilidade de estender essas missões ao espaço aéreo ucraniano, Sikorski disse ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine: “Nós, como Otan e União Europeia, poderíamos ser capazes de fazer isso, mas não é uma decisão que a Polônia possa tomar sozinha; só pode ser tomada junto com os aliados.”
“A proteção da nossa população – por exemplo, contra a queda de destroços – naturalmente seria maior se pudéssemos combater drones e outros objetos voadores além do nosso território nacional.”
“Se a Ucrânia nos pedisse para derrubar esses drones sobre seu território, isso seria vantajoso para nós. Se você me perguntar pessoalmente, deveríamos considerar isso”, acrescentou Sikorski.
Uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, promovida pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky logo após a invasão russa, foi discutida pelos aliados da Otan durante a administração Biden em 2022, mas rejeitada por medo de que um confronto direto com aviões de combate russos pudesse ampliar a guerra.
A proposta atual de Sikorski parece se restringir a lidar com drones russos que se aproximam das fronteiras da Ucrânia com os países da Otan.
Ao todo, 16 drones foram encontrados em todo o país após a incursão da última quarta-feira (10), informou o ministério do interior da Polônia. Caças poloneses e holandeses interceptaram os drones, com o apoio de forças multinacionais da Otan, além de italianos e alemães, disseram autoridades.
Em resposta às incursões de drones, os aliados da Otan da Polônia anunciaram a missão “Sentinela do Leste” para defender o espaço aéreo do país. Na segunda-feira (15), o Reino Unido anunciou que sua Força Aérea Real vai se juntar à missão.
“O compromisso do Reino Unido em ajudar a Otan a defender cada centímetro do território aliado é inabalável”, escreveu o Ministério da Defesa do Reino Unido em sua conta no X.