O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, anunciou nesta quarta-feira (17) o início de exercícios militares por 72 horas na ilha La Orchila, no mar do Caribe, a cerca de 160 km da costa do país.
Segundo ele, grupos de tarefas aeroespaciais, forças especiais, de inteligência e guerra eletrônica, marítimas e terrestres da Força Armada Nacional Bolivariana atuarão conjuntamente nos exercícios, mobilizando equipamentos como drones armados submarinos e aéreos para vigilância e capacidade ofensiva.
“Haverá uma importante mobilização de navios da marinha bolivariana para a execução de tiro de costa, desembarque anfíbio com nossos veículos anfíbios de combate, tomada de cabeça de praia, tiro de artilharia de costa, manobras de defesa aérea com embarcações (…) e patrulhas maritimas e terrestres com os pescadores”, anunciou López.
O ponto de partida dos exercícios, denominados “Operação Caribe Soberano 200”, será a base aeronaval que a Venezuela tem na ilha.
Ao todo, serão mobilizados 2.500 integrantes das Forças Armadas, 12 navios da Marinha, 22 aeronaves, entre aviões e helicópteros de combate, além de 20 embarcações de menor porte de pescadores da “Milícia Especial Naval”.
Segundo o major general Lenín Ramírez Villasmil, comandante da Aviação Militar Bolivariana, também serão usadas bombas guiadas, canhões e mísseis.
As manobras contarão com a atuação da Milícia Bolivariana, braço civil das Forças Armadas criado pelo ex-presidente Hugo Chávez para complementar o trabalho dos militares. Os milicianos irão operar veículos blindados, trabalhar com as máquinas e com a parte eletrônica dos navios, fazer patrulhas para o reconhecimento de praias, além de treinar tiro.
A mobilização venezuelana ocorre em meio à tensão pelo envio de pelo menos sete navios de guerra e um submarino de propulsão nuclear dos Estados Unidos para o sul do Caribe, perto da costa venezuelana. A administração Trump também enviou caças F-35 a uma antiga base militar de Porto Rico.
A Casa Branca afirma que a mobilização militar visa combater o tráfico de drogas para os Estados Unidos e diz já ter atacado três barcos que teriam saído da Venezuela rumo ao país. Trump afirma que 14 traficantes morreram nos ataques, mas sem apresentar provas de que eles realmente transportavam drogas.
No sábado, a Venezuela denunciou que militares da Marinha dos EUA interceptaram um barco com nove pescadores de atum durante oito horas. Para o regime de Maduro, a administração do republicano quer provocar um incidente que justifique uma intervenção militar no país.
Maduro tem convocado a população a se inscrever na Milícia Bolivariana e pediu unidade nacional dos venezuelanos para defender o país no caso de uma agressão.