A Receita Federal, o MPSP (Ministério Público de São Paulo) e a PCSP (Polícia Civil de São Paulo) deflagraram, nesta quinta-feira (25), a “Operação Spare”, um desdobramento da “Operação Carbono Oculto”, para combater a atuação de mais de duas décadas do PCC (Primeiro Comando da Capital) no mercado de combustíveis em São Paulo. A ação mira um dos principais operadores do grupo e seus associados, suspeitos de lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial.
Conforme as investigações, um sofisticado esquema utilizava o setor formal para lavar recursos ilícitos. Os investigados usavam postos de combustíveis, motéis e lojas de franquias, além de empreendimentos imobiliários, como instrumentos centrais para a lavagem.
O principal alvo da operação, Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, é suspeito de estar ligado a uma extensa rede de postos, que eram controlados por uma única prestadora de serviços. Desses, ao menos 200 postos estavam diretamente ligados a Flavinho e seus associados.
A lavagem se estendia a outros setores. Mais de 60 motéis foram identificados, muitos em nome de “laranjas”. Eles registraram uma movimentação de R$ 450 milhões entre 2020 e 2024. Lojas de franquias também eram operadas com 98 estabelecimentos, que movimentaram cerca de R$ 1 bilhão.
Entre os bens de alto valor identificados comprados com o dinheiro lavado nestes estabelecimentos estão: um iate de 23 metros, dois helicópteros, um Lamborghini Urus, terrenos de motéis avaliados em R$ 20 milhões e imóveis específicos de R$ 1,8 milhão e R$ 5 milhões.
A “Operação Spare” cumpre 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo (19), Santo André, Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco, contando com a participação de 64 servidores da Receita Federal e 28 do Ministério Público de São Paulo.