O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta terça-feira (30) que o estado tem cinco mortes suspeitas de contaminação por bebida “batizada” com metanol sendo investigadas pelas autoridades sanitárias.
Os números diferem do que havia sido divulgado anteriormente, de que seriam três mortes confirmadas por consumo de bebidas com metanol. A Secretaria da Saúde para esclarecer qual é o número oficial de mortes confirmadas e quantas estão sendo investigadas, mas não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem.
O governador anunciou ainda que montou um gabinete de crise para enfrentar a situação e determinou a interdição cautelar de todos os estabelecimentos onde as bebidas adulteradas foram consumidas.
Segundo Tarcísio, dos cinco óbitos, a causa de quatro ainda está em investigação e um deles já foi confirmado que foi por metanol. Uma das vítimas é de São Bernardo do Campo, mas consumiu bebida alcoólica na capital paulista.
Ainda de acordo com Tarcísio, até o momento a Secretaria da Saúde contabiliza outros 22 casos. Desses, 17 são suspeitos e estão sob investigação e cinco já estão confirmados, conforme os números abaixo:
- 1 morte confirmada por metanol;
- 4 mortes sob investigação;
- 5 casos de intoxicação por metanol;
- 17 casos suspeitos de intoxicação por metanol.
Como ocorre o batismo das bebidas: Falsificadores pegam as garrafas de marcas famosas de bebidas alcoólicas, como gin e vodca, e adulteram o conteúdo, acrescentando metanol. Em seguida, o produto é comercializado.
O metanol é uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação. A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e até a morte.
Segundo Tarcísio, nos últimos dias, as autoridades apreenderam 50 mil garrafas de bebida com suspeita de adulteração e 15 milhões de selos fraudados.
Há de fato um problema estrutural que não é só do estado de SP, é do Brasil. Temos que pensar como fazer a fiscalização e diminuir a incidência dessas bebidas adulteradas, clandestinas.
Mais cedo, em Brasília, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou que a Polícia Federal abriu uma investigação para apurar a origem do metanol usado para batizar bebidas alcoólicas no estado de São Paulo.
Segundo ele, é possível que essa rede de distribuição da substância atue também em outros estados.