O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, avaliou nesta quarta-feira (1º) como “graves” e “sérias” as movimentações militares no Caribe. Em audiência na Câmara dos Deputados, ele defendeu que a estabilidade da América Latina depende da rejeição à militarização que possam comprometer gerações futuras.
“Acreditamos que, sim, são graves, são sérias. São movimentações militares próximas de águas territoriais de outros Estados do Caribe”, afirmou. Ele também afirmou esperar que não haja a “invasão de mar territorial de nenhum país ou qualquer atividade hostil”.
Como a CNN mostrou, nas últimas semanas, os EUA atacaram embarcações no Caribe vindas da Venezuela, alegando que os barcos estavam supostamente carregados com drogas. Segundo o governo norte-americano, os ataques visam combater o tráfico de drogas para os Estados Unidos e o terrorismo.
Vieira destacou na reunião que o narcotráfico já é objeto de “inúmeros” acordos internacionais, com regras definidas. Sobre especulações em relação à presença da marinha norte-americana no Caribe e o uso de armas nucleares, o ministro reiterou a posição brasileira em prol do desarmamento e da não proliferação.
“Vivemos um momento crescente de polarização e instabilidade na América Latina e Caribe. Manter a região como zona de paz é nossa prioridade. Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos ou religiosos. A estabilidade da América Latina e do Caribe depende da preservação de seus valores pacíficos e da rejeição clara a qualquer forma de militarização que possa comprometer o futuro das próximas gerações”, disse.