A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Xeque-Mate que tem o objetivo desarticular o principal núcleo de comando do crime organizado no Amazonas. A ação ocorreu nesta segunda-feira (6) e até a última atualização desta reportagem, três pessoas haviam sido presas, dentre elas Cristina Nascimento, esposa de Alan Sérgio Martins Batista, conhecido como “Alan Índio”, chefe do Comando Vermelho no Amazonas.
Segundo apuração, os principais alvos são os chefes da facção no estado e o responsável pela lavagem de dinheiro por meio de fintech. A Operação foi uma ação conjunta entre a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/AM) em Manaus e a do Guarujá (SP).
Além das prisões, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e determinado o sequestro de bens que somam R$ 122 milhões. O nome dos outros dois presos não foi divulgado, mas segundo a Polícia Federal eles ocupavam posições estratégicas na estrutura financeira do grupo criminoso.
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As investigações apontam que o grupo operava um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, utilizando fintechs, empresas de fachada e estruturas paralelas de pagamento. As transações eram realizadas por meio de aplicativos, o que dificultava a fiscalização pelos bancos tradicionais.
Segundo a PF, mais de R$ 122 milhões teriam circulado por essa rede clandestina. Parte dos valores foi convertida em criptoativos e enviada ao exterior, especialmente para a Colômbia, como forma de pagamento a fornecedores de drogas.
Criptoativos são ativos digitais baseados em criptografia e tecnologia blockchain, como criptomoedas e tokens. Eles podem representar valores, direitos ou utilidades dentro de sistemas digitais descentralizados. São usados para transações, investimentos ou acesso a serviços em plataformas digitais seguras.
As investigações começaram após uma apreensão de mais de duas toneladas de drogas, em setembro de 2024, em uma embarcação no interior do Amazonas. Segundo a polícia, Alan seria o dono da carga. Ele segue foragido.
A operação contou com apoio da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (SEAI/AM), que forneceu informações estratégicas para localizar os alvos. Também houve cooperação com autoridades policiais colombianas.
A Operação Xeque-Mate é um desdobramento das operações Torre 1, 2, 3 e 4, que já vinham investigando o grupo há meses.