A temporada 2026 da Fórmula 1 tem tudo para ser um divisor de águas na carreira de Lewis Hamilton. Essa é a opinião de Jenson Button, campeão mundial de 2009, que afirmou que as mudanças técnicas previstas para o novo regulamento podem revelar o melhor do heptacampeão ou marcar o início de uma possível despedida das pistas.
“Com a mudança nas regras, que é enorme para o próximo ano, é quando vamos ver o Lewis no seu melhor ou um Lewis que talvez esteja prestes a se aposentar,” afirmou o ex-piloto britânico.
Depois de 11 anos vitoriosos com a Mercedes, período no qual conquistou seis de seus sete títulos e se consolidou como uma das maiores lendas da categoria, o britânico iniciou em 2025 uma nova jornada com a Ferrari. O desafio, porém, tem sido mais complexo do que o esperado. A adaptação ao ambiente de Maranello, à cultura italiana e à nova unidade de potência exigiu um esforço maior tanto do piloto quanto da equipe. O chefe Fred Vasseur reconheceu recentemente que ambos subestimaram o tamanho dessa mudança.
Mesmo sem o desempenho dominante dos tempos de Mercedes, Hamilton vem mostrando sinais de progresso enquanto busca seu primeiro pódio vestindo o macacão vermelho. Além da vitória na sprint race da China, seus melhores resultados em GPs até o momento foram três quartos lugares: na Emilia-Romagna, Áustria e Grã-Bretanha. Para Button, esses resultados indicam talento e resiliência, mas ainda faltam consistência e confiança.
“Vimos momentos de brilhantismo ao longo do ano,” avaliou o campeão de 2009. “Eu volto até a sprint de Xangai, que foi muito impressionante. Não é consistente o suficiente durante o ano para que ele tenha total confiança no carro. Ele não tem a equipe de pessoas ao seu redor como teve por muitos anos, correndo na Mercedes como campeão mundial. Isso leva um tempo.”
Hamilton também reconheceu as dificuldades de adaptação. Após o GP do Azerbaijão, ele comentou que ainda busca compreender melhor os limites do carro.
“Acho que ainda há melhorias a serem feitas em termos do quão agressivo posso ser. O carro tem sido bastante sensível, então ainda não me sinto 100% confiante na frenagem quando estou atacando nos freios. Na última corrida, eu estava, mas nesta corrida, não senti tanto com a configuração que acabamos tendo.”
Mesmo diante das oscilações, o veterano de 40 anos mantém o otimismo e acredita que a evolução está a caminho. “É meio louco, porque estamos progredindo, mas não tivemos resultados realmente nas últimas corridas. Mas não é que não haja progresso, então acho que podemos fazer um bom final de semana e um bom resultado”, disse ele.