A decisão de Franco Colapinto de não obedecer à ordem da Alpine para não ultrapassar o companheiro, Pierre Gasly, causou uma crise interna na equipe de Fórmula 1 após o GP dos Estados Unidos, no domingo (19).
A controvérsia teve origem enquanto os dois disputavam a 17ª posição nas voltas finais da corrida. O argentino aproveitou que estava com pneus em melhores condições para alcançar Gasly, mas seu engenheiro insistiu para que ele mantivesse a posição.
Colapinto decidiu ignorar as ordens e ultrapassou o companheiro na primeira curva de volta 54, de 56 que formavam a corrida, defendendo que fez isso para se defender do brasileiro Gabriel Bortoleto.
“Nós tínhamos um pouco mais de ritmo que o Pierre no último stint e o Bortoleto estava logo atrás, atacando muito”, argumentou Colapinto ao site especializado The Race.
“Ele (Bortoleto) estava muito mais rápido que nós e eu estava sendo segurado pelo quão devagar o Pierre estava indo. Eu acho que era o melhor naquela situação que eu estivesse na frente, ou nó dois seríamos ultrapassados”, opinou.
Mas apesar de as desconfianças de Colapinto terem sido confirmadas, com Gasly ainda sendo superado por Gabriel e terminando em 19º, a Alpine deixou claro sua insatisfação com a “rebeldia” do argentino.
Por que disputa por 17º virou polêmica?
A Alpine estava preocupada com a possibilidade de os dois carros não conseguirem completar a corrida e, por isso, teria decidido pedir para que seus pilotos mantivessem suas posições.
Isso porque, caso Verstappen, o líder, terminasse a prova com Colapinto e Gasly na mesma volta que ele, os dois seriam obrigados a completar a volta 56.
Já caso o holandês passasse da linha de chegada uma volta à frente dos dois, eles não teriam que cumprir a distância completa, tendo a corrida encerrada um pouco mais cedo — o que acabou acontecendo no GP dos Estados Unidos.
Segundo comunicado assinado pelo diretor da Alpine, Steve Nielsen, a equipe estava administrando combustível nos dois carros, preocupada com o primeiro cenário.
Ainda no texto, postado nas redes no próprio domingo, ele afirmou que “qualquer instrução dada pelo pit wall é definitiva” e que eles estavam “decepcionados que não foi assim”.
“É algo que nós iremos revisar e lidar com internamente”, defendeu.
O público da categoria não recebeu muito bem a advertência pública.
Apenas no X (antigo Twitter), o comunicado teve apenas mil curtidas e 2.700 respostas, a maioria criticando a ordem de equipe e a resposta da Alpine ao “não” de Franco — com muitos destacando que era uma disputa por posição no final do grid.
Questionado por vários veículos, Gasly preferiu não comentar o incidente, mas destacou ao The Race que estava decepcionado “com a performance como um todo e com o começo nos (pneus) macios.”
Atualmente, a Alpine é a última colocada no Campeonato de Construtores da Fórmula 1, com apenas 20 pontos. A 9ª colocada, Haas, tem 48.
Todos os pontos da equipe francesa vem de Gasly, que é 17º na disputa entre pilotos. A última vez que ele pontuou foi em julho, na Bélgica.
Já Colapinto, que ainda não pontuou, está em 20º, à frente apenas do australiano Jack Doohan, que fez as primeiras seis corridas desse ano pela Alpine, antes de ser substituído pelo argentino em maio.