A data de libertação de Sean “Diddy” Combs da prisão foi definida, mais de três meses após o júri emitir um veredito misto em seu julgamento federal. Combs deve ser libertado em 8 de maio de 2028, de acordo com registros públicos do Departamento Federal de Prisões.
Combs havia sido condenado a 50 meses (pouco mais de quatro anos) por um juiz após um julgamento de dois meses, que terminou com sua condenação por duas acusações de transporte para envolvimento em prostituição.
Combs foi absolvido pelo júri das acusações mais graves de tráfico sexual e associação criminosa, pelas quais poderia enfrentar décadas ou até prisão perpétua, caso fosse condenado.
A data de libertação de Combs reflete o tempo já cumprido. Ele já cumpriu aproximadamente um ano de prisão. Está detido no Metropolitan Detention Center, no Brooklyn, desde sua prisão em setembro de 2024.
Sua defesa não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da CNN sobre em qual prisão ele cumprirá o restante da pena. Combs está apelando de sua condenação e sentença.
A defesa de Combs disse anteriormente à reportagem que havia procurado o governo do presidente Donald Trump sobre um possível indulto.
A advogada do magnata, Nicole Westmoreland, disse à CNN, em agosto, que era de seu “entendimento que entramos em contato e tivemos conversas em referência a um perdão”.
Na época, um funcionário da Casa Branca disse à reportagem que “não comentará sobre a existência ou não de qualquer pedido de clemência”.
Em outubro, após sua sentença, Trump confirmou que Combs havia solicitado um perdão presidencial em relação ao seu caso criminal federal, dizendo à repórter Kaitlan Collins, da CNN: “muitas pessoas me pediram perdão”, incluindo Combs.
Trump já havia indicado que provavelmente não concederia o perdão a Diddy, em entrevista à Newsmax, dizendo: “Eu era muito amigável com ele, me dava muito bem com ele e ele parecia um cara legal. Não o conhecia bem. Mas, quando me candidatei, ele foi muito hostil.” Trump afirmou que isso tornava o perdão a Combs “mais difícil de conceder”.
Durante o julgamento, a defesa do magnata admitiu seu padrão de comportamento violento contra mulheres com quem teve relacionamentos amorosos ao longo dos anos.
O júri assistiu repetidamente a vídeos — publicados pela primeira vez em 2024 pela CNN — em que Combs aparece agredindo violentamente sua ex-namorada Cassie Ventura, em um corredor de hotel em Los Angeles, em 2016. O júri também viu imagens de cortes e hematomas no corpo dela durante o julgamento.
A cantora foi a principal testemunha do caso e afirmou ter sido repetidamente abusada pelo rapper, além de ser forçada a usar drogas e a fazer sexo com outros homens contra sua vontade durante o relacionamento de 10 anos, período em que ele controlava sua carreira e finanças.
Outra mulher, identificada pelo pseudônimo “Jane”, também relatou abusos psicológicos, financeiros e físicos por parte de Combs, afirmando que ele a obrigava a fazer sexo com outros homens enquanto ela estava sob efeito de drogas.
Durante a sentença, o juiz Arun Submaranian repreendeu Diddy por seus abusos e rejeitou a “tentativa da defesa de caracterizar o que aconteceu aqui como meras experiências íntimas consensuais ou apenas uma história de sexo, drogas e rock ‘n’ roll”.
Submaranian afirmou que o caso da acusação “mostrou que (Combs) abusou do poder e do controle que tinha sobre as mulheres que dizia amar profundamente”.
“Você as abusou física, emocional e psicologicamente, e usou esse abuso para conseguir o que queria”, disse o juiz, dirigindo-se ao rapper. “Isso foi subjugação, e levou tanto a Sra. Ventura quanto Jane a pensarem em tirar as próprias vidas.”
Combs também enfrenta cerca de 70 processos civis, em que a maioria das dezenas de acusadores — alguns menores de idade na época dos supostos incidentes — afirmam ter sido drogados e abusados sexualmente por ele.
O magnata negou todas as acusações civis. Alguns dos processos já foram arquivados.

