O Paquistão e o Afeganistão concordaram em estender o cessar-fogo durante negociações em Istambul nesta quinta-feira (30), após os piores confrontos na fronteira entre os dois países em anos.
As nações enfrentaram seus confrontos militares mais sérios desde a tomada de Cabul pelo Talibã em 2021, com confrontos mortais neste mês que desencadearam ataques aéreos paquistaneses e o fechamento de parte da fronteira usada para comércio e trânsito.
“Todas as partes concordaram em implementar um mecanismo de monitoramento e verificação que garantirá a manutenção da paz e imporá sanções à parte infratora”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Turquia.
Uma reunião de acompanhamento será realizada em Istambul no dia 6 de novembro para decidir como o mecanismo será implementado.
Segundo o comunicado, a Turquia e o Catar “estão prontos para continuar a cooperação com ambas as partes em prol da paz e da estabilidade duradouras”.
O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, divulgou um comunicado separado pouco antes da meia-noite em Istambul, confirmando a conclusão das negociações e afirmando que ambos os lados concordaram em continuar as discussões em reuniões futuras.
Ele afirmou que o Afeganistão buscava boas relações com o Paquistão “baseadas no respeito mútuo e na não interferência”. O Paquistão não se pronunciou de imediato.
Os confrontos eclodiram depois que o Paquistão lançou ataques aéreos dentro do Afeganistão contra militantes do Talibã paquistanês, que, segundo o país, estão baseados lá e são responsáveis por ataques contra suas forças.
Cabul condenou os ataques como uma violação de sua soberania e negou abrigar o grupo.
A fronteira, que se estende por mais de 2.600 km, há muito tempo é fonte de atrito, com frequentes tensões e acusações mútuas sobre santuários de militantes


