Autoridades do governo Trump disseram a parlamentares na quarta-feira (5) que os EUA não estão planejando lançar ataques dentro da Venezuela e não têm justificativa legal para ataques contra alvos terrestres neste momento.
De acordo com fontes, a reunião foi conduzida pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, e por um funcionário do Gabinete de Assessoria Jurídica da Casa Branca.
Durante a sessão fechada, os legisladores foram informados de que um parecer anterior não autoriza ataques dentro da própria Venezuela ou em qualquer outro território, disseram quatro fontes.
O parecer existente do Escritório de Assessoria Jurídica (OLC) inclui uma lista de 24 cartéis e organizações criminosas diferentes com base na América Latina que, de acordo com o documento, o governo está autorizado a combater.
Agora, o governo Trump busca um parecer jurídico independente do Departamento de Justiça que justifique o lançamento de ataques contra alvos terrestres sem a necessidade de autorização do Congresso para o uso da força militar, segundo um funcionário americano.
“O que é verdade hoje pode muito bem não ser amanhã”, disse esse funcionário americano ao discutir o estado atual da política, ressaltando que Trump ainda não decidiu como lidará com a Venezuela.
O enorme acúmulo de recursos militares no Caribe, que em breve incluirá o grupo de Porta-Aviões Ford, levantou questionamentos sobre se os EUA pretendem atacar o território venezuelano.
No entanto, fontes afirmaram que os recursos militares estão sendo deslocados para lá apenas para apoiar operações de combate ao narcotráfico e coletar informações de inteligência.
Até o momento, o governo tem tentado evitar o envolvimento do Congresso em sua campanha militar na América Latina.
Ataques dos EUA no Pacífico e no Caribe
As forças armadas dos EUA realizaram 16 ataques conhecidos contra embarcações no Caribe e no Pacífico Oriental desde setembro, matando pelo menos 67 pessoas.
Em diversas reuniões com o Congresso, autoridades do governo reconheceram que não necessariamente conhecem a identidade de cada pessoa a bordo de uma embarcação antes de atacá-la.
A Casa Branca afirma que os ataques são realizados com base em informações de inteligência que indicam que as embarcações estão ligadas a um cartel ou organização criminosa específica.
Durante a reunião informativa de quarta-feira (4), funcionários do governo detalharam o processo utilizado para identificar e alvejar as embarcações e discutiram os tipos de informações que possuíam que as conectavam aos cartéis, afirmou uma das fontes.
Autoridades do governo têm afirmado repetidamente que possuem informações que ligam as embarcações ao tráfico de drogas, mas divulgaram poucos detalhes publicamente.
“Posso garantir que cada uma dessas operações envolve barcos e cargas que foram rastreadas desde o início”, disse Rubio no final de outubro.
“Desde o momento em que essas coisas foram organizadas, no momento em que foram coordenadas, sabemos para onde elas estão indo. Sabemos quais são os pontos de entrega; sabemos com quais organizações elas estão envolvidas. Essas coisas são rastreadas com muito cuidado.”
“Há centenas de barcos lá fora todos os dias, e há muitos ataques dos quais nós nos retiramos, e dos quais o Departamento de Guerra se retira, porque não cumprem os critérios”, disse ele em declarações à imprensa. “Isto passa por um processo muito rigoroso.”

