O cardeal da Amazônia e arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, anunciou durante missa neste domingo (9) que entregou sua carta de renúncia ao Papa Leão XIV, após completar 75 anos de idade, como determina o Código de Direito Canônico.
Steiner completou 75 anos na última quinta-feira (6). De acordo com as normas da Igreja Católica, bispos que atingem essa idade devem encaminhar ao Papa o pedido de renúncia ao governo da diocese.
A decisão sobre a saída, porém, não é imediata. Cabe agora ao papa Leão XIV decidir se aceitará de imediato o pedido de renúncia do arcebispo ou se optará por prorrogar seu mandato..
Dom Leonardo foi nomeado arcebispo de Manaus em novembro de 2019, após o então papa Francisco aceitar a renúncia de Dom Sérgio Castriani por motivos de saúde. A posse ocorreu no fim de janeiro de 2020.
Em agosto de 2022, Steiner foi criado cardeal pelo Papa Francisco, tornando-se o primeiro bispo da Amazônia brasileira a receber o título. Agora, com o pedido de renúncia, abrem-se dois possíveis caminhos para o futuro da Arquidiocese.
Prorrogação à frente da Arquidiocese
Conhecido como o “cardeal da Amazônia” por sua atuação em defesa da floresta e dos povos indígenas, Dom Leonardo pode ter seu mandato prorrogado por até dois anos, medida semelhante à adotada recentemente pelo Vaticano em outros casos no Brasil.
Em São Paulo, o cardeal Dom Odilo Scherer teve sua permanência no cargo estendida após completar 75 anos. O mesmo aconteceu no Rio de Janeiro, com o cardeal Dom Orani Tempesta.
Ainda durante seu pontificado, o papa Francisco também prorrogou o mandato do arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, que permanecerá à frente da arquidiocese por mais cinco anos.
Possível nomeação de um novo bispo
Caso o papa Leão XIV decida não prorrogar o mandato de Steiner, poderá nomear outro religioso para assumir a Arquidiocese de Manaus. A escolha deve levar em conta o perfil pastoral e missionário do atual cardeal, especialmente sua proximidade com as causas amazônicas e os povos indígenas.
O processo de nomeação costuma envolver consultas internas da Igreja, a análise de candidatos pelo núncio apostólico no Brasil e, por fim, a decisão do pontífice. O trâmite pode se estender por alguns meses.
Enquanto o Vaticano define o futuro da arquidiocese, Dom Leonardo segue à frente da Igreja de Manaus, exercendo normalmente suas funções pastorais.
Nos bastidores, a expectativa é grande. Fiéis e religiosos reconhecem em Dom Leonardo uma liderança de alcance nacional e internacional, marcada por sua voz firme na defesa da Amazônia e das comunidades ribeirinhas e indígenas.

