Após anos de queda na sindicalização no país, os sindicatos brasileiros mostraram reação no ano de 2024, com a adesão de mais 812 mil associados. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua: Características adicionais do mercado de trabalho, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No ano passado, dos 101,3 milhões de ocupados do país, 8,9% eram associados a sindicatos, totalizando 9,1 milhões de pessoas sindicalizadas – um aumento de 9,8% ante o piso histórico registrado no ano anterior.Play Video
Em 2023, o número de sindicalizados foi de 8,3 milhões de pessoas ou 8,4% dos ocupados, a menor taxa de toda a série histórica iniciada em 2012.
Apesar da melhora recente, a proporção de trabalhadores sindicalizados permanece muito aquém dos 16,1% registrados em 2012.
Todos os grupamentos de atividades econômicas apresentaram queda do porcentual de sindicalização frente o início da série, com destaque para o segmento de Transporte, armazenagem e correio, que reduziu de 20,7% a proporção de trabalhadores sindicalizados em 2012 para 8,3% em 2024, e para a Indústria geral, que passou de 21,3% para 11,4% no período.
Segundo o IBGE, independentemente do setor de atividade, se público ou privado, “a retração da sindicalização atinge todos os segmentos da ocupação” no médio prazo.
“Percebe-se, então, que a expansão da população ocupada nos últimos anos não se converteu em aumento da cobertura sindical no país. Esse resultado pode estar relacionado a diversos elementos, como a forma de inserção do trabalhador na ocupação, as modalidades contratuais mais flexíveis introduzidas pela Lei n. 13.467, de 13.07.2017, conhecida como Reforma Trabalhista, e o uso crescente de contratos temporários no setor público etc.”, frisou o IBGE.
Na passagem de 2023 para 2024, houve aumento da taxa de sindicalização entre os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada, de 10,1% para 11,2%, e dos empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e militar), de 18,3% para 18,9%.
Em 2024, 9,1% dos trabalhadores homens estavam sindicalizados, ante uma fatia de 8,5% em 2023. Entre as mulheres, a proporção de sindicalizadas passou de 8,2% em 2023 para 8,7% em 2024.
A diferença do porcentual de sindicalizados entre homens e mulheres, que, em 2012 foi de 2,0 pontos, em 2024 foi de 0,4 ponto.
Na Região Nordeste, 10,0% das mulheres ocupadas eram sindicalizadas, sendo a única Região em que esse porcentual foi superior ao dos homens (8,9%). Nas demais, observou-se comportamento oposto, de acordo com o IBGE.

