O ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretou nesta sexta-feira (21) a prisão preventiva do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
O pedido atinge apenas Ramagem entre os investigados do núcleo 1 da trama golpista. A PF identificou indícios de tentativa de fuga: ele teria saído do Rio de Janeiro rumo a um estado do Norte, seguido por via terrestre até um país vizinho e, de lá, embarcado para os Estados Unidos.
O parlamentar está em Miami. A informação foi divulgada pelo portal PlatôBR e confirmada à CNN por fontes da Polícia Federal.
A corporação apura se Ramagem deixou o Brasil de forma clandestina para escapar da execução de uma eventual condenação pelo Supremo.
A Polícia Federal também informou que vai solicitar a inclusão do nome do deputado na Difusão Vermelha da Interpol, o que pode classificá-lo como foragido internacional em 196 países.
A partir do pedido, a rede internacional de polícias verifica o mandado de prisão e avalia se os crimes se enquadram na esfera internacional.
Entenda o caso
Ramagem é réu ao lado de outras sete pessoas consideradas o “núcleo crucial”, ou “núcleo 1”, da tentativa de golpe para reverter o resultado da eleição presidencial de 2022.
Na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ele é apontado como um dos principais responsáveis por subsidiar Jair Bolsonaro (PL) com ataques ao sistema eleitoral. Segundo a PGR, o ex-diretor da Abin registrava as orientações repassadas ao ex-presidente, o que permitiu identificar ações ligadas ao plano golpista.
Para a Procuradoria, os ataques intensificados de Bolsonaro ao sistema eleitoral a partir de 2021, sob orientação de Ramagem, representavam a primeira etapa de um plano de manutenção no poder “com desprezo às estruturas constitucionais”.
Ramagem foi denunciado por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, entre outros crimes.

