A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro contratou, no último domingo (30), uma das piores crises com o PL, partido em que atua como liderança da ala das mulheres.
A avaliação de integrantes do comando da legenda, ouvidos pela CNN, é de que a esposa de Jair Bolsonaro sepultou qualquer chance de compor uma chapa para a próxima disputa presidencial.
A legenda marcou uma reunião de emergência, nesta terça-feira (2), para tentar acalmar os ânimos. O encontro deve ser liderado pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e contar com a presença dos senadores Flávio Bolsonaro (RJ) e Rogério Marinho (RN).
Nas últimas horas, representantes do partido passaram a defender que, de alguma forma, a ex-primeira-dama seja “enquadrada” e fique de fora dos assuntos eleitorais.
No último domingo (30), ao participar do lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo do Ceará, Michelle criticou a aproximação do PL com o ex-governador Ciro Gomes e chamou a aliança política de precipitada.
Ao microfone, a ex-primeira-dama direcionou as críticas ao deputado federal André Fernandes (PL-CE), presidente estadual da sigla.
Nos bastidores, Fernandes não tem escondido de aliados a irritação com a acusação pública. O parlamentar tem reforçado o aval dado por Jair Bolsonaro para a amarração.
O movimento tem como base a tentativa de viabilizar o nome de seu pai, o pastor Alcides Fernandes, para uma vaga na disputa para o Senado Federal.
Para lideranças do PL, a atitude da ex-primeira-dama torna pública uma questão sensível para o partido: a disputa pelo posto de comando deixado por Jair Bolsonaro, preso pela trama golpista.
Ao confrontar até mesmo os filhos do ex-presidente, o entendimento do partido é que Michelle acaba alimentando o próprio isolamento.

