Após a conversa por telefone com o presidente dos EUA, Donald Trump, na terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil pode esperar uma nova leva de revogações de tarifas de produtos exportados para os Estados Unidos.
— Da mesma forma que o povo brasileiro teve uma notícia ruim quando o presidente Trump anunciou a taxação, acho que está perto de a gente ouvir uma notícia boa, além dessa notícia de tirar alguns produtos nossos da taxação que ele já fez. Conversei seriamente com o presidente Trump sobre a necessidade do fortalecimento das duas maiores democracias do Ocidente: Brasil e Estados Unidos. Portanto, não tem sentido essa taxação. Disse para ele que era importante ver isso — disse Lula, em entrevista à TV Verdes Mares, do Ceará, nesta quarta-feira.
Indagado em seguida se era possível esperar a revogação das tarifas, o presidente respondeu:
— A gente pode esperar.
Lula e Trump conversaram por telefone ontem por cerca de 40 minutos. O principal tema foram as sobretaxas americanas sobre produtos brasileiros.
Em agosto, vários produtos brasileiros passaram a ser taxados em 50% — soma de 10% de uma tarifa universal imposta por Washington e mais 40% aplicados somente ao Brasil.
Em novembro, após negociações diplomáticas, os EUA removeram a taxa de 10% de vários parceiros comerciais. Pouco tempo depois, retiraram a tarifa extra de 40% sobre certos produtos agropecuários brasileiros, como café e carne, ampliando a lista das isenções. Mas ainda há itens sobretaxados.
Outro tema que foi tratado na conversa telefônica foi o combate ao crime organizado. Lula ressaltou a urgência em reforçar a cooperação com os EUA nessa área e destacou as recentes operações realizadas no Brasil.
Segundo o governo brasileiro, Trump disse que dará “todo o apoio a iniciativas conjuntas entre os dois países para enfrentar essas organizações criminosas.” Os dois presidentes concordaram em voltar a conversar em breve sobre o andamento dessas iniciativas.
Os EUA têm realizado operações em áreas próximas à costa venezuelana, sob alegação de combater o tráfico de drogas, elevando a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro. O presidente americano teria dado um ultimato a Maduro para que renunciasse, o que não aconteceu.

