Uma comissão de alto nível do Vaticano votou contra a permissão de mulheres católicas servirem como diaconisas, mantendo a prática global da Igreja de um clero exclusivamente masculino, de acordo com relatório entregue ao papa Leão XIV e divulgado na quinta-feira (4).
A comissão, em uma votação de 7 a 1, disse que a pesquisa histórica e a investigação teológica “excluem a possibilidade” de permitir que as mulheres sirvam como diaconisas neste momento, mas recomendou um estudo mais aprofundado da questão.
O relatório informou que a avaliação do grupo sobre o assunto era forte, mas “não permite, até o momento, a formulação de um julgamento definitivo”.
Discussões sobre a possibilidade de diaconisas, que são ordenadas e capazes de auxiliar nos serviços da Igreja, mas não de celebrar a missa, têm agitado a Igreja de 1,4 bilhão de seguidores na última década.
Diáconos católicos podem batizar pessoas, testemunhar casamentos e presidir funerais, entre outras funções. Em algumas regiões do mundo, eles também podem liderar paróquias na ausência de um padre, mas este ainda precisa celebrar a missa.
O falecido papa Francisco instituiu duas comissões para estudar a possibilidade de mulheres servirem como diaconisas católicas. As comissões se reuniram em sigilo e o relatório de quinta-feira (4) é a primeira vez que os resultados das discussões são tornados públicos.
Leão, relativamente desconhecido no cenário global antes de sua eleição em maio, não tem posição conhecida sobre a questão das mulheres diaconisas.
O papa João Paulo II proibiu as mulheres de servirem como sacerdotes em 1994, mas não abordou especificamente a questão das mulheres diaconisas.
Os defensores apontam evidências de que as mulheres serviram como diaconisas nos primeiros séculos da Igreja. Uma mulher, Phoebe, é mencionada como diaconisa em uma das cartas do apóstolo São Paulo.

