A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou, nesta quinta-feira (4), a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. O colegiado também aprovou a convocação do empresário.
O requerimento, apresentado pela senadora Damares Alves, autoriza a obtenção de dados de diversas empresas de tecnologia, incluindo Meta, WhatsApp, Google, Telegram, Apple, Twitter e Bytedance (TikTok).
A medida abrange informações como registros de conexão, conteúdos armazenados em serviços de nuvem, dados cadastrais, mensagens, fotos, vídeos, histórico de localização, contatos, além de outros elementos considerados relevantes para a investigação.
A decisão se baseia na Operação Compliance Zero, da PF (Polícia Federal) em parceria com o MPF (Ministério Público Federal), que levou à prisão de Vorcaro no âmbito de apurações sobre supostas irregularidades envolvendo o Banco Master.
Embora o Tribunal Regional Federal da 1ª Região tenha revogado a prisão preventiva em 28 de novembro de 2025, diversas medidas cautelares foram mantidas, como o uso de tornozeleira eletrônica, restrição de atuação no setor financeiro, proibição de contato com outros investigados e retenção do passaporte.
O documento também destaca que o Banco Master figura, segundo dados da Secretaria Nacional do Consumidor, entre as instituições com maior número de reclamações na plataforma Consumidor.gov.br, especialmente relacionadas a crédito consignado, cartão consignado e reserva de margem consignável.
A CPMI investiga possíveis fraudes em empréstimos consignados concedidos a aposentados e pensionistas do INSS, além de suspeitas de crimes como lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e falhas de governança. Para Damares, a quebra de sigilo de Vorcaro é “imprescindível” para o esclarecimento dos fatos e para a identificação de eventuais responsáveis.

