Os Estados Unidos impuseram sanções contra sete pessoas que seriam ligadas a Nicolás Maduro e sua esposa nesta sexta-feira (19).
“Essa ação visa ainda mais a estrutura de narcocorrupção que sustenta o regime ilegítimo de Nicolás Maduro, nomeadamente as redes familiares de Carlos Erik Malpica Flores e Ramon Carretero Napolitano”, destaca o comunicado do Departamento do Tesouro americano.
Segundo o secretário Scott Bessent, esses indivíduos sustentam o “narcoestado desonesto de Nicolás Maduro”.
“Maduro e seus cúmplices criminosos ameaçam a paz e a estabilidade do nosso hemisfério. O governo Trump continuará a visar as redes que sustentam sua ditadura ilegítima”, disse Bessentt.
O comunicado do governo dos EUA explica que “todos os bens e interesses em bens das pessoas designadas ou bloqueadas (…) que estejam nos Estados Unidos ou em posse ou sob o controle de pessoas dos EUA estão bloqueados e devem ser comunicados ao OFAC”.
“Violações das sanções dos EUA podem resultar na imposição de sanções civis ou criminais a cidadãos americanos e estrangeiros”, alertam.
Além disso, entidades que essas pessoas tenham 50% ou mais de posse — direta ou indiretamente, individualmente ou em conjunto — também estão bloqueadas.
O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da agência Reuters.
Entenda a tensão entre Estados Unidos e Venezuela
A tensão entre Estados Unidos e Venezuela começou a aumentar em agosto, quando o governo de Donald Trump aumentou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão do ditador Nicolás Maduro.
Enquanto isso, os EUA enviaram aeronaves, veículos, milhares de soldados e um grupo de ataque de porta-aviões das Forças Armadas para o Caribe, sob a premissa de combate ao narcotráfico.
As operações incluem diversos ataques contra barcos tanto no Caribe quanto no Pacífico que supostamente estariam transportando drogas. Porém, foram levantados questionamentos sobre a legalidade dessas ações.
Além dos ataques contra embarcações, os EUA também pressionam o regime de Maduro, que é acusado pela Casa Branca de ter relação com o narcotráfico e o Cartel de Los Soles.
Segundo fontes consultadas pela CNN, o governo de Donald Trump está elaborando planos para “o dia seguinte” à deposição de Maduro, mas ainda não foi tomada uma decisão sobre um ataque direto ao país.
Trump conversou por telefone com Maduro no final de novembro, poucos dias antes de os EUA o classificarem como integrante de uma organização terrorista estrangeira. O venezuelano teria recebido um ultimato para deixar o poder e o país, mas o descumpriu.
Em outra ação que aumentou a tensão entre os dois países, os Estados Unidos apreenderam um petroleiro próximo à Venezuela, medida classificada de “roubo descarado” e “um ato de pirataria internacional” pelo regime de Maduro.
Posteriormente, Trump anunciou um “bloqueio total” contra os petroleiros sancionados da Venezuela e disse que não deixará “ninguém passar sem o devido direito”.

