O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou, na sexta-feira (19), a realização da cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão atende a pedido da defesa, que agora deverá indicar a data e o local do procedimento.
Segundo a perícia médica oficial, Bolsonaro é portador de hérnia inguinal bilateral. O laudo aponta a necessidade de intervenção cirúrgica, recomendada pela maioria dos médicos, mas sem caráter emergencial.
Diante disso, o procedimento foi classificado como cirurgia eletiva, ou seja, deverá ser agendado previamente. A defesa terá de comunicar ao Supremo a programação pretendida para a realização da operação.
“Caso haja a opção pela cirurgia por parte do réu, a mesma não será em caráter urgente, mas sim em caráter eletivo, ou seja, agendada, conforme o LAUDO Nº 2924/2025; devendo a Defesa, portanto, apontar a programação pretendida”, informou o documento oficial.
Após a indicação da data e do local, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá prazo de 24 horas para se manifestar. Na sequência, caberá a Moraes definir os aspectos logísticos da cirurgia, como:
- quando e como Bolsonaro será transferido da Superintendência da Polícia Federal para o hospital;
- se haverá autorização para acompanhamento de familiares e em quais condições;
- regras de segurança e custódia durante o procedimento.
De acordo com apuração, a expectativa é que, em razão dos trâmites burocráticos, a cirurgia ocorra no domingo (21) ou na segunda-feira (22).
Entenda o laudo médico
A Polícia Federal concluiu que Bolsonaro apresenta hérnia inguinal bilateral e necessita de procedimento cirúrgico, mas ressaltou que não se trata de uma cirurgia de urgência. O laudo também identificou que o quadro de soluços persistentes é causado por um bloqueio do nervo frênico.
Segundo a perícia, a piora do quadro pode comprometer o sono e a alimentação do ex-presidente, além de aumentar o risco de complicações relacionadas à hérnia. Durante o exame, Bolsonaro teria apresentado entre 30 e 40 soluços por minuto, sem remissão.
A defesa sustenta que as condições de saúde do ex-presidente estão relacionadas ao atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018.

