Leticia Birkheuer, 47, e o ex-marido, Alexandre Furmanovich, 40, vem trocando acusações nas redes sociais ao longo desta semana por conta da guarda do filho João Guilherme, 14. Os dois travam uma batalha judicial há anos para ver quem fica com o adolescente, que atualmente vive com o pai.
A atriz se queixa da falta das visitas do garoto e acusa o empresário de afastar o filho dela. “Existe um sistema corrupto, ineficiente e existe uma alienação já contatada em juízo que separa você de mim. Eu tô exausta e já gastei mais de um milhão de reais na Justiça. Mas não vou parar, nem desistir. Nem que eu tenha que gastar meu patrimônio todo tentando ter você de volta. Te amo meu filho”, desabafou, em uma carta aberta no Instagram.
O pai publicou um vídeo em seu perfil abrindo espaço para João falar sobre o assunto. O rapaz afirma estar “cansado” que a mãe fique o expondo. “Já falei sobre isso e ela não me escuta, continua me usando como objeto para alcançar engajamento […] Acho que ninguém gosta de ter a cara estampada em um site de notícia”, disparou.
Entenda o caso
O gatilho para Letícia tocar no assunto foi ver um menino com a camisa do jogador Mbapeé, o que a fez começar a chorar. “Quando olho suas roupas em casa, vejo que não devem servir mais. Você cresceu. E não voltou pra usa-las. Fiz uma reforma no seu quarto. Você também não veio ver. Escrevi no seu WhatsApp, mas você me bloqueou”, escreveu.
Leia a carta aberta de Leticia Birkheuer:
“Quem saem prejudicados são os filhos”
No primeiro vídeo em que se pronunciou sobre o assunto, incomodado com a exposição de João Guilherme na mídia, Alexandre Furmanovich acusou Letícia de alienação parental e acredita que os assuntos expostos pela atriz deveriam ser discutidos com profissionais da saúde e no judiciário. “Algumas pessoas não sabem que meu filho reside comigo desde dezembro de 2021, aqui em São Paulo, por escolha dele, feita no Judiciário. Essa decisão é tomada em conjunto com órgãos especializados para escutar o menor de idade, em conjunto com o juiz, porque é uma decisão muito importante. Vou proteger meu filho até o último momento”.
Fuga de casa
Na quarta-feira (24), ele colocou João para falar em suas redes sociais. O adolescente afirmou ter ido “várias vezes obrigado” para a casa de Letícia e assumiu ter fugido de lá. “Da última vez que eu fui pro Rio de Janeiro, aconteceu um incidente que eu acabei fugindo da casa da minha mãe […] Ela não seguiu nenhum protocolo de ter me apresentado ao enfermeiro […] É necessário de autorização judicial quando envolve menor de idade. Esse enfermeiro foi contratado ilegalmente, sem seguir nenhum protocolo”. Segundo ele, foram dados golpes para enforca-lo e policiais tiveram que intervir na cena — que acabou na delegacia.
A atriz contou sua versão do caso, garantindo que tinha laudo médico para a contratação do enfermeiro e que o profissional precisou agir por conta do comportamento de João. “Ele mal chegou na minha casa, fugiu, passou pelo portão e saiu correndo em uma avenida, podendo ser atropelado. O enfermeiro correu atrás dele para segurá-lo. Esse enfermeiro não machucou o João, apenas conteve ele. O que o João relata no vídeo é mentiroso, não houve troca de socos como ele colocou. Fomos todos para a delegacia, o delegado ordenou que ele voltasse pra minha casa e continuasse a visita do fim de semana”.

A atriz diz que a fuga fazia parte de um plano de Furmanovich com o adolescente. “Ele já tinha combinado com o pai de pegá-lo na esquina, de carro. O pai não pode se aproximar de mim porque eu tenho uma medida protetiva pela agressão que sofri em São Paulo e ele foi condenado em segunda instância. Claro que, se ele tivesse fugido de casa, eu ainda ia ser acusada de ser uma mãe omissa. Como que eu deixo um filho sair correndo no meio de uma avenida, fugir de casa?”, questiona.
Ela lembra como foi a volta da delegacia. “O João estava super bem em casa comigo, parecia aquela criança que criei com amor, com carinho, que estava bem na casa da mãe. Passamos o resto do final de semana em paz, sem o pai alienando. Em um ano e meio, eu vi meu filho uma vez, [essa] quando ele veio para o Rio de Janeiro me ver. É muito dolorido falar essas coisas todas, mas sou obrigada a falar a verdade”, desabafa, com a voz embargada.
No vídeo com o pai, o adolescente comentou que a residência de Letícia não tinha estruturas para recebê-lo. “Eu estava lá obrigado, forçado, mas o que eu ia fazer? Sair fugindo de casa de novo pra ser emboscado por enfermeiro? […] Tenho que ter os meus direitos respeitados, por mais que exista a garantia de que os dois genitores tenham acesso à convivência com menor de idade. Quando existem fatos evidentes, provas em juízo, tudo registrado… muitas coisas não posso expor aqui porque está em segredo de Justiça”, desabafou.
João Guilherme expôs que considera que medidas já deveriam ter sidos tomadas para afastar os dois, mas nada foi feito, que sempre tem problemas quando encontra a mãe e defendeu que não sofre manipulação do pai contra ela.
Assista ao vídeo com o desabafo de João Guilherme:
Início da disputa judicial
Letícia Birkheuer rebateu as acusações em um vídeo de quase 8 minutos. “Meu filho gravou com o pai completamente alienado por ele, falando muitas inverdades sobre o processo que rola na Justiça por mais de quatro anos”, disse.
Ela relata como começou a disputa judicial. “O pai dele veio buscá-lo completamente alterado e não o deixei fazer a visita. Na época, João morava comigo. Logo depois, indo para São Paulo passar o final de semana, ele teve um acidente de carro com o pai. Eles quase morreram, teve até capotamento. O pai omitiu no B.O [Boletim de Ocorrência] que meu filho estava nesse acidente. A partir disso, temendo pela integridade do meu filho, decidi entrar na Justiça e começou todo o martírio que vivo até hoje“.
A mãe diz que percebeu mudanças no comportamento do menino quando ainda tinha sua guarda. “Meu filho começou a ser alienado pelo pai quando ainda morava comigo. Começou a se tornar uma criança agressiva, não obedecer em casa, fazer coisas na escola. O pai dava acesso ao celular aberto para ver o que quisesse. Mandava coisas que o menino não podia comer. Comia 10, 12 picolés que o pai mandava e as coisas começaram a ficar insustentáveis dentro da minha casa”.
Letícia conta que assinou um acordo para que João passasse 10 meses morando com o pai e, depois disso, seria feito um “estudo social do caso”.
“Tem mais de dois anos que esse estudo não foi feito. Nesse período foi cada vez mais alienado pelo pai, começou a não querer vir me ver no Rio de Janeiro, apesar das decisões judiciais de que deveria fazer isso a cada 15 dias. O João voltou para São Paulo e não veio mais visitar a mãe no Rio. Meu filho comprou toda a história do pai, com quem tem uma vida desregrada: não pratica mais esportes, engordou 10 kg comendo besteira o dia todo, tirou notas baixas na escola, quase repetiu de ano. Hoje eu tento trazer meu filho de volta. Essa é a verdade”.
A atriz não pretende desistir. “Eu luto há quatro anos na Justiça, tenho direito, sou mãe, tenho guarda compartilhada, Criei meu filho 11 anos sozinha no Rio, o pai tinha as visitas e hoje meu filho não vem me ver. Dói muito para uma mãe saber que, apesar de tudo que já batalhei, lutei, e tendo as decisões favoráveis para minha visita e para que ele conviva comigo, o pai continue descumprindo. Mais um Natal que não passo com meu filho, [este ano] seria meu Natal com ele”, lamentou.

