Manaus (AM) -Uma pesquisa realizada pelo ‘Programa CT&I Áreas Prioritárias’, revelou que 10 cepas bacterianas com potencial probiótico para o uso na ração de pescados foram encontradas em peixes amazônicos das espécies tambaqui e matrinxã. A utilização dessas cepas vai permitir a melhora da produção, da saúde e da alimentação dos peixes na piscicultura, ambientes controlados em que os animais são criados.
O estudo integra um projeto apoiado pelo Governo do Amazonas, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Vale destacar que alimentos probióticos são produtos fermentados por microrganismos capazes de auxiliar no equilíbrio da flora intestinal, além de trazer outros benefícios para a saúde.
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De acordo com o doutor em aquicultura e coordenador do projeto Gustavo Valladão, da Universidade Nilton Lins, o uso de ração produzida com bactérias extraídas dos próprios peixes e com efeitos probióticos na alimentação desses animais é uma iniciativa inovadora, que eleva a qualidade de produção de pescados em criadouros do estado e gera segurança à população que consome peixes amazônicos.
“A prospecção (cultivo e a seleção de microrganismos) de bactérias de tambaqui e matrinxã já foi concluída, onde conseguimos selecionar uma dezena de cepas com potencial probiótico. Durante a prospecção de probióticos comprovou-se por meio de testes in vitro e in vivo que as bactérias foram inócuas, ou seja, seguras para os peixes. Isso nos permite produzir estas bactérias em larga escala e incluir na ração dos animais para confirmar os seus efeitos benéficos”,
informou.
Repercussão do Estudo
Com mais de dez anos de experiência em estudos sobre o tema, o pesquisador destacou que o atual projeto está fornecendo resultados inovadores sobre o isolamento de bactérias intestinais de peixes amazônicos, formando, assim, um banco de cepas únicas com alto potencial probiótico.
“Do ponto de vista social, toda a comunidade ganha com o sucesso desta pesquisa. Os produtores de peixes amazônicos ganham insumos relevantes que alavancam e movimentam a produção de peixes nativos com saúde. Com essa pesquisa, nós consumidores de peixes, temos uma maior garantia de receber um pescado com qualidade e biossegurança”, .
celebrou
Ao todo, foram realizadas coletas em campo de peixes em mais de dez áreas de pisciculturas diferentes, para permitir uma grande variedade de condições ambientais, que possibilitaram o isolamento das cepas bacterianas presentes naturalmente nos intestinos dos peixes.
Participação
Denominado “Biotecnologia a favor da aquicultura: isolamento, caracterização e prospecção de probióticos e pós-bióticos de peixes amazônicos”, o projeto conta com a parceria de nove pesquisadores e especialistas nas áreas de microbiologia, produção e nutrição de peixes. A equipe de colaboradores é vinculada à Uninilton Lins, à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e à Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Apoio
Para o coordenador do projeto, a Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado tem grande importância na execução do projeto e na promoção da ciência em todo o Amazonas.
“A Fapeam tem grande relevância no desenvolvimento deste projeto, pois o apoio financeiro é primordial para que o grupo de pesquisa tenha condições de excelência para desenvolver estudos conclusivos. Isso permite fazer ciência com qualidade e formar cada vez mais recursos humanos qualificados para o mercado de trabalho na região Norte do país. O apoio da Fundação vai além deste projeto isolado”,
concluiu.
CT&I Áreas Prioritárias
O programa apoia propostas de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, nas diferentes áreas do conhecimento, coordenadas por pesquisadores residentes no estado do Amazonas.
*Com informações da assessoria
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