A região central de Manaus é uma memória visível da herança edificada, patrimônio arquitetônico e ancestralidade amazônica, exibida em toda sua beleza, tanto estrutural quanto decorativa, com ornatos, tipologias próprias e fachadas históricas. Essa importante parte da história é contada por seus edifícios, criando uma relação de afeto para muitos manauaras, carregada de cultura, valores econômicos e sociais, em meio a residências e ruas de comércio.
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A Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), tem atuado intensamente para resgatar o território por meio da revitalização e reabilitação da região com o programa “Nosso Centro”, lançado pelo prefeito David Almeida.
O programa tem foco nas edificações, restaurando imóveis abandonados ou sem uso, criando novas áreas públicas abertas de qualidade, como o que já está em obras no mirante Lúcia Almeida, largo de São Vicente e casarão Thiago de Mello, entre o início da 7 de Setembro e a rua Bernardo Ramos, no Centro.
Um dos produtos do poder público de referência para o território é o “Manual de Placas: Parâmetros para Publicidades, Bancas e Despoluição Visual das Fachadas no Sítio Histórico e Centro Antigo e Histórico da Cidade de Manaus”, que está em nova edição revista e ampliada, devendo ser lançado até este primeiro semestre de 2023.
Ao caminhar pelas ruas, como a 10 de Julho, Simão Bolívar, Leovegildo Coelho, Lima Bacuri, Luiz Antony, Marechal Deodoro, Visconde de Mauá, Henrique Martins, além das avenidas 7 de Setembro e Eduardo Ribeiro, se percebem diversas fachadas do centro histórico e do centro antigo que apresentam esse legado arquitetônico.
Para Melissa, é fundamental conciliar as necessidades de quem mora ou é empreendedor de comércio e serviço, na área, para preservar a herança histórica, que é riquíssima.
“Significa ainda conciliar, mediante cooperações e sincronicidade técnica entre as esferas do poder público, tendo um diálogo aberto entre as instâncias federal e municipal em relação à preservação e controle no centro histórico e centro antigo. E que não sejam obstáculos para os que buscam promover projetos privados e da iniciativa particular para revitalização, requalificação, de preservação e conservação ou até mesmo de restauro”, comentou a gerente.
Patrimônio
A valoração do patrimônio edificado das cidades, no caso de Manaus, tem a memória visível e protegida por lei, por exemplo, o decreto municipal 7.176/2004, que estabelece ao setor especial das Unidades de Interesse de Preservação localizado no centro antigo de Manaus, listando imóveis, área portuária e praças públicas.
“O decreto estabelece as unidades de caráter monumental e o que é preservado em nível de primeiro e segundo graus. Temos um mecanismo de proteção e preservação de uma tipologia arquitetônica, para ter melhor aproveitamento da beleza tipológica e estética, como um recurso inclusive de atração turística. A questão da preservação dos imóveis não significa que não poderá ter adaptação de usos, até porque a arquitetura é uma memória edificada ao longo do tempo, historicamente falando, mas tem necessidades econômicas, que vão sendo alteradas ao longo dos anos”.
Melissa Toledo
História
No Brasil, o patrimônio histórico é protegido pelo Decreto-Lei 25, de 1937. Além de ajudar a sequenciar a história, o patrimônio histórico está repleto de informações sobre tradições e saberes da cultura de um povo, sendo elemento importante para diversas áreas do conhecimento.
E um dos elementos de maior destaque em prédios históricos é a sua fachada, rica em elementos que remetem a época de sua construção, dos materiais utilizados e até mesmo suas cores. As fachadas precisam de atenção especial no momento da sua restauração, garantindo que a memória seja preservada e repassada por gerações.
*Com informações da Assessoria