O Governo do Amazonas intensifica as ações para integrar os municípios do interior nas discussões sobre a transição energética como forma de gerar desenvolvimento econômico sustentável. Representando o governador Wilson Lima, o vice-governador Tadeu de Souza fez, nesta terça-feira (12/03), a abertura oficial do seminário “O papel dos municípios na transição energética do Amazonas – eletricidade, transporte e economia”.
O evento foi realizado no Centro de Convenções Vasco Vasques, no bairro Flores, zona centro-sul de Manaus, e reuniu prefeitos, vice-prefeitos e representantes de 25 prefeituras amazonenses. A iniciativa é da Companhia de Desenvolvimento do Amazonas (Ciama), em parceria com World Wide Fund for Nature (WWF-Brasil), e visa identificar os potenciais energéticos para impulsionar novas economias no interior.
Tadeu de Souza destacou que o Amazonas desempenha papel estratégico para a ampliação do uso de energia alternativa diante da demanda global para a redução de emissões dos gases do efeito estufa. Ele ressaltou que o seminário é o pontapé inicial para expandir o desenvolvimento gerado pelo uso de recursos renováveis, como o gás natural e a biomassa (matéria orgânica vegetal ou animal usada como fonte de energia limpa e sustentável).
“Do comércio à indústria, pequena e grande indústria, todos precisam de energia. E essa energia precisa estar antenada e associada com essas necessidades contemporâneas de descarbonização. A gente tem um desafio histórico de fazer com que o homem do interior, se enraíze e possa se fixar em seu município com qualidade de vida, com renda, com emprego, com trabalho e com dinheiro no bolso”, destacou o vice-governador.
Potencialidades
A analista em conservação em transição energética e infraestrutura da WWF-Brasil, Alessandra Mathyas, reiterou que o Amazonas tem potencial para a geração de mais fontes renováveis de energia. No evento, a organização não-governamental orientou os participantes sobre como acessar fontes de financiamento para a transição energética.
“O caroço de açaí é um resíduo que não pode ser fertilizante, não pode ser jogado no rio, mas é excelente para gerar eletricidade, para gerar energia, para gerar calor. Isso pode ser usado, isso é tecnologia nacional. O mesmo a gente pode falar dos caroços dos ouriços das castanhas, que também é um energético incrível, o pocuro do peixe e a vegetação que fica em cima dos igarapés. Tudo isso vira biogás”, explicou.
O presidente da Associação Amazonense dos Municípios (AAM) e prefeito de Rio Preto da Eva, Anderson Souza, destacou o papel do Governo do Amazonas como elo para o desenvolvimento do setor elétrico no interior.
“Quando nós temos um seminário para discutir com os donos de grandes empresas que trabalham com o setor energético, nós vemos justamente a possibilidade de deixar de ser um sonho e começarmos a pensar realmente nesta interiorização. Eu fico muito feliz com a iniciativa tomada pelo governador Wilson Lima e o vice-governador Tadeu de Souza”, declarou.
Além do vice-governador, participaram do seminário os prefeitos de Amaturá, José Eufrásio; de Iranduba, Augusto Ferraz; de Manaquiri, Jair Souto; o vice-prefeito de Fonte Boa, Alailson Lisboa; a vice-prefeita de Manacapuru, Valcileia Flores. Outras 20 prefeituras do interior do estado enviaram representantes.
Sobre o evento
De acordo com o presidente da Ciama, Aluizio Barbosa, a realização do evento segue a orientação do governador Wilson Lima em interiorizar a gestão de tecnologias de fontes renováveis de energia e eficiência energética, em sintonia com a lei estadual nº 5.350/2020.
“Durante o evento, serão abordados temas muito importantes para o município, como financiamento para essa nova transição energética, onde conseguir, como conseguir. Com a floresta em pé, não precisa derrubar floresta para ter atividade. Vamos discutir como é que a gente pode conseguir esse avanço”, apontou.
A iniciativa, direcionada para prefeitos municipais e demais gestores públicos municipais e estaduais, além de representantes de instituições de pesquisa e desenvolvimento, também é uma promoção conjunta com o Instituto E+ e o Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), com apoio da Associação Amazonense de Municípios (AAM).