A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), que promove a 9ª Semana Nacional de Mobilização para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, tem programação até o dia 30 de julho, Dia Nacional de Combate ao Tráfico Humano, em Manaus. Em seguida, a ação vai à São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga, municípios fronteiriços.
O slogan da campanha Coração Azul é “Toda vítima de tráfico de pessoas importa: não deixe ninguém para trás” e a ação de sensibilização do Governo do Amazonas começou nesta segunda-feira (24), em parceria com membros da rede de proteção.
Secretária executiva de Direitos Humanos, Gabriella Campezatto explica que a campanha é nacional e que o Amazonas adere por ser um tema importante, sendo fundamental aproximar a população da temática.
“Durante toda essa semana a Sejusc estará fazendo ações concentradas aqui na capital, entretanto nas primeiras semanas de agosto, estaremos levando a campanha para São Gabriel e Tabatinga. Esses municípios foram escolhidos por serem zonas de fronteira, e por terem um alto índice de populações indígenas, ou seja, o maior índice de vulnerabilidade de possíveis vítimas para essas situações”, reforça.
Relatórios do Ministério da Justiça e Segurança Pública apontam que, de 2017 a 2020, houve registro de 1.811 possíveis vítimas no Brasil. A quantidade reflete o número de atendimentos nos Centros de Referência Especializados da Assistência Social (CREAS) e levantados pelo Ministério da Cidadania.
Um recorte de gênero apresentado no relatório mostra que o Ministério da Saúde registrou 615 possíveis vítimas, sendo 456 mulheres e 159 homens. Os dados regionais e estaduais são levantados pela Polícia Federal.
“Estaremos fazendo contato com toda rede local, visitando os postos da Polícia Federal, nós também estaremos desenvolvendo algumas atividades no aeroporto dessas cidades e levando a campanha para a população, indo em locais específicos fazendo sensibilização informando a população. Nós vamos visitar algumas comunidades indígenas e levar essa temática para conhecimento da população”, completa a secretária.
Ação no aeroporto
Parceira do Governo do Amazonas na ação, a Concessionária dos Aeroportos da Amazônia, membro da rede VINCI Airports, que opera o Aeroporto de Manaus, vai colocar um dispositivo com imagens de pessoas enjauladas e amarradas, tal qual as vítimas de tráfico humano, para chamar a atenção dos passageiros que vão retirar seus pertences na esteira.
A CEO da Concessionária, Karen Strougo, diz que a empresa entende que a o aeroporto é a chave para conseguir detectar casos e por isso atuam e apoiam as iniciativas de combate ao tráfico humano.
“Uma campanha como essa nos ajuda, porque nós sensibilizamos a comunidade aeroportuária para discutir essa questão, entender o que é o tráfico de pessoas, esse grave atentado aos direitos humanos, como cada um de nós pode contribuir para tentar prevenir. Os sinais que a gente pode detectar, como se o documento está em posse de terceiro, se a pessoa que não sabe seu destino, pessoas que apresentam o medo”, exemplifica.
Nos casos citados, qualquer pessoa pode pedir ajuda a um funcionário do aeroporto, chamar um policial, ir no Posto Avançado da Sejusc – que fica no 3º andar do aeroporto -, e denunciar a suspeita.
*Com informações da assessoria