O desmatamento na Amazônia Legal reduziu pela metade, com o melhor índice desde 2018, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em contrapartida, o Cerrado apresentou aumento de 43% em 2023, atingindo o patamar mais elevado já registrado pela série histórica do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) no bioma.
Esses números refletem o período de janeiro a dezembro, segundo dados do Inpe divulgados nesta sexta-feira (5). No ano passado, a área com alertas na Amazônia Legal totalizou 5.152 km². A redução acontece após anos de crescente desmatamento, cujo ápice foi 2022, com 10.278 km².
A Amazônia Legal abrange 59% do território brasileiro e engloba nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
O Pará liderou a lista de estados com maior desmatamento em 2023, totalizando quase 2 mil km² (1.903 km²). Na sequência, vieram Mato Grosso, com 1.408 km², e Amazonas, com 894 km². Esses três estados também lideram historicamente os índices de desmatamento.
É importante destacar que o Deter não representa o dado oficial de desmatamento, mas sinaliza onde o problema ocorre. O sistema identifica mudanças diárias na cobertura florestal em áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas completamente desmatadas quanto para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outros).
O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) é considerado o sistema mais preciso para medir as taxas anuais e já havia indicado essa queda em 2023.
O relatório, divulgado em novembro do ano passado, apontou uma redução de 2.593 km² na taxa (22%) entre agosto de 2022 e julho de 2023 (período referencial), a menor desde 2019 para uma temporada do Prodes.