Moradores de diversos bairros de Manaus denunciam as ruas esburacadas e a falta de compromisso por parte da Secretaria Municipal de Infraestrutura de Manaus (Seminf) com relação à revitalização das áreas. Alguns comunitários reclamam dos altos valores do Imposto Predial Urbano (IPTU) e também da invisibildade por parte da Prefeitura. Segundo eles, é como se as ruas não existissem no mapa.
Durante a semana, a equipe de reportagem do Vanguarda do Norte esteve na rua Fialho (antiga São Sebastião), que fica localizada no bairro Compensa, zona oeste da capital amazonense, para averiguar as denúncias feitas por populares daquela região.
O autônomo Valcir, que já reside no bairro há mais de 40 anos, relata os transtornos vividos por moradores do local devido à situação precária. “Já teve até acidente aqui. Como vocês podem ver, a rua está cheia de buracos. Os carros que passam aqui, desviam de um buraco e já caem num outro. A gente pede, pelo amor de Deus, que a Prefeitura [de Manaus] cumpra com a sua parte e revitalize essa rua”, afirma.
Na ocasião, o homem ressalta que a falta de revitalização naquela área já existe há bastante tempo e que, até o momento, nada foi feito pela Seminf.
“Entra prefeito, sai prefeito, e ninguém dá um jeito nessa rua. Às vezes, quando eles [Seminf] vêm aqui, fazem um remendo imundo, aí vem a chuva e leva tudo. Parece que essa rua está abandonada, foi esquecida pela Prefeitura. Minha vizinha, inclusive, já foi até o Distrito de Obras. Eles sempre falam que vão ajeitar, mas nunca dão jeito nisso aqui”, denuncia o morador.
“A gente tem alguma esperança quando a imprensa vem aqui, pois quando começam a divulgar a nossa situação, eles [Seminf] dizem que essa rua está no cronograma deles, mas não é a realidade”, complementa Valcir.
Ruas do bairro Flores, zona centro-sul
As ruas Conde de Sergimirim, Conde de Itaguá, Barão de Suruí e Apuí, todas localizadas no bairro Flores, zona centro-sul da cidade, também apresentam a mesma realidade.
Durante a visita da equipe de reportagem ao bairro, no último dia 13 de julho, moradores da rua Conde de Sergimirim também reclamaram da falta de compromisso por parte da secretaria em questão, que é responsável pela construção, supervisão e fiscalização de obras públicas municipais.
“Até onde eu vi, três carros já caíram aí nesse buraco. Foi preciso retirá-los no moque ou no guincho. Teve um que, depois disso, não prestou mais. Quando a gente procura as autoridades competentes para resolver a situação, eles [Seminf] dizem que vêm hoje, vêm amanhã, vêm depois, mas nunca aparecem”, relata Luiz, que reside no local há cinco anos.
Ainda segundo ele, os moradores da área já fizeram dois abaixo-assinados, porém, até o momento, não foram atendidos pela prefeitura de Manaus. “Para se ter uma ideia, foi preciso que a gente tomasse alguma providência de maneira “provisória”. Praticamente, tivemos que “plantar bananeiras” para tapar os buracos dessa rua”, frisa o cidadão, que faz um apelo aos órgãos competentes para que a situação seja resolvida com urgência.
“Prefeito, olhe pela Conde de Sergimirim porque aqui também tem votos. Aqui, nós também pagamos IPTU”, conclui Luiz.
Outro morador do bairro, identificado como Sérgio, da rua Conde de Itaguá, também reclamou das condições atuais em que o local se encontra.
“Moro aqui há cinco, quase seis anos. Desde que cheguei, essa rua está assim. Quando chove, então, fica pior. Na temporada de inverno, é horrível. Já dei entrada na Seminf, fiz um abaixo-assinado para eles virem até aqui resolver a nossa situação, mas até agora nada, não resolveram nada”, declara Sérgio.
Já a comerciante Alcilene, moradora da rua Barão de Suruí, lembra as “dores de cabeça” causadas pelos buracos na área. “É muito dificíl para nós. Moro aqui há 17 anos e a nossa realidade sempre foi essa [rua com buracos]. Pedimos para os governantes que olhem para o nosso bairro, para a nossa rua”, suplica.
A dona de casa Taísa, moradora da rua Apuí, também procurou a equipe de reportagem do VDN para denunciar a precariedade no local. “É uma rua de difícil acesso. Eles [Seminf] até vieram aqui um tempo desses, asfaltaram a metade da rua, mas não terminaram o serviço. Apenas “jogaram” o asfalto na via e foram embora”, relata.
“Gostaria de pedir às autoridades que viessem olhar pela rua Apuí. Viver esse “caos” diariamente é muito difícil. Parece que não existimos para eles [Seminf]. Só fizeram uma “maquiagem” aqui e depois esqueceram da gente”, conclui a mulher.
Ruas do bairro Nova Cidade, zona norte
Além dos bairros Compensa e Flores, a equipe de reportagem do VDN também esteve nas ruas San Julian (antinga 155) e rua Frankfurt (antiga 153), situadas no bairro Nova Cidade, zona norte da capital, a fim de constatar a necessidade de uma revitalização urgente em ambas as vias públicas.
“Quando chove, alaga tudo. Não dá para ver se tem rua se a pessoa vai “entrar” em um buraco, tem muita lama, afirma o autônomo Max, morador da rua San Julian.
Segundo outro morador da área, um jovem identificado como Jhonatan, da rua Frankfurt, a Seminf compareceu no local há seis anos para revitalizar a via, porém, não finalizaram o trabalho perfeitamente. “Acabou “furando” a rua de novo [buraco]. Afundou demais e, agora, ninguém consegue passar aqui. Já estamos há seis anos nesse sofrimento”, pontua o rapaz.
Secretaria não deu resposta
A equipe de reportagem do Vanguarda do Norte tentou contato, via e-mail e telefone, com a Secretaria Municipal de Infraestrutura de Manaus (Seminf), a fim de esclarecer se há alguma previsão de reparos nas ruas visitadas, porém, até o fechamento desta matéria, não obtivemos retorno.
*Edição: Narel Desiree