AMAZONAS – O pescador Belmiro Tavares, de 86 anos, foi salvo pela Defesa Civil de São Paulo de Olivença (distante 1.312 quilômetros em linha reta de Manaus), após dois dias desaparecido preso em um buraco.
Lucas Gomes. que participou do resgate, explica. “Recebemos uma ocorrência referente ao desaparecimento do pescador da comunidade de Santa Rita do Well, um distrito do município no dia 27 de julho. A nossa secretaria de Defesa Civil de imediato mobilizou uma equipe de resgate. No dia 28 de julho, a equipe se deslocou para o local, cerca de 51 quilômetros de distância do município, onde foi iniciado as buscas nas proximidades da comunidade no Rio Solimões, com o apoio dos familiares”, afirmou Gomes.
O buraco foi aberto por causa da seca. “Na segunda (29), pela parte da manhã nas primeiras horas do dia foi retornado as buscas com apoio de drone, que foi de grande importância para o resgate do pescador. Ele foi localizado a 7 quilômetros de distância da comunidade onde reside, em um local com muita lama”, afirmou Lucas Gomes.
Local onde o idoso foi encontrado (Foto: Divulgação/Defesa Civil)
A vítima saiu do buraco e foi para para Santa Rita de Well. Belmiro Tavares já foi transferido para o município. “Neste momento ele se encontra em recuperação no hospital aqui do município. Está melhorando e com o quadro de saúde estável”, explicou.
SECA
A estiagem este ano no Amazonas pode ser tão ou mais severa que no ano passado. O alerta é do governo do Estado.
De acordo com último boletim hidrológico da Bacia do Amazonas, feito pelo Serviço Geológico do Brasil, o Rio Negro, em Manaus, ainda está subindo e atingiu a cota de 25,7 metros. O pico da enchente deverá ocorrer a partir do mês de junho e deve ficar este ano dentro da normalidade. O alerta, porém, é para o período de estiagem. Os baixos volumes de precipitação previstos até o mês de julho sobre as cabeceiras dos rios Juruá, Purus e Madeira indicam uma ameaça de seca no estado.
Segundo a Defesa Civil do Amazonas, a população pode se antecipar às consequências da estiagem fazendo estoque de água, alimentos e medicamentos para enfrentar o período crítico. O pico da vazante deve começar em outubro, no Rio Solimões, Negro e Amazonas. De acordo com Francisco Máximo, secretário do órgão, o poder público também vai disponibilizar locais para receber as famílias que precisarem deixar suas casas por causa dos isolamento consequência da estiagem.
Segundo o governo do Amazonas, os níveis dos rios em todas as calhas do estado estão abaixo do esperado, se comparado a anos anteriores. No caso de Manaus, o Rio Negro, neste período do ano, está mais baixo até do que no ano passado, quando houve a seca histórica. Ou seja, a estiagem este ano pode ser tão ou mais intensa quanto a de 2023.
Neste mês, o governo do Amazonas anunciou a emissão de licenças ambientais para a dragagem em quatro trechos de rios. O trabalho será feito pelo governo federal, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A retirada dos sedimentos do fundo dos rios facilita a navegação de embarcações e evita que elas encalhem, quando as águas baixarem. Outras ações também são consideradas “urgentes”, como manutenção de portos e aeroportos; soluções para acesso à água potável; e medidas que evitem o desabastecimento de combustíveis e comércio.