Manaus (AM) – Os servidores da rede estadual de educação entraram em greve, na manhã desta quarta-feira (17). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), a paralisação ocorrerá por tempo indeterminado.
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A paralisação foi aprovada na última quinta-feira (11) pelo Sinteam, mas no início desta semana, o Desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas , Domingos Chalub, suspendeu a greve sob multa no valor de R$ 30 mil por dia, em caso de descumprimento, além de desconto na folha de pagamento por dias não trabalhados aos profissionais que aderirem a greve.
Mesmo após a decisão, os professores do Estado compareceram em grande número para protestar por seus direitos. Em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), os professores do estado reivindicavam 25% de reajuste salarial, que está em atraso há dois anos. O Sindicato ainda informou que ocorreram 10 tentativas de diálogos feitas pelo representante da categoria, mas não houve sucesso.
Entre outras solicitações dos trabalhadores estão o reajuste nos valores do vale-alimentação e auxílio-localidade; revisão do Plano de Cargos Carreira e Remuneração; e manutenção do plano de saúde e extensão para os aposentados.
A professora da rede estadual, Vandete Santos, participou da mobilização da classe e cobrou um posicionamento por parte do Governo do Estado.
Pedimos desculpa aos motoristas que passam aqui pela avenida, para nós é uma situação muito difícil fazer greve, nós temos um compromisso com a educação, mas é preciso fazer valer a lei. Estamos em greve hoje por causa da irresponsabilidade do governo que não respeita a nossa categoria.
disse a professora da rede estadual
Inconformada com a falta de apoio por parte dos governantes, Vandete contou que a assembleia só aceitou que uma comissão de representantes do movimento sindical entrassem para realizar uma reunião após verificarem a intensa movimentação de servidores do lado de fora de Aleam.
Os deputados também estão falhando conosco, eles deveriam ser os primeiros a fiscalizar a lei. O governo deveria cumprir a lei e reajustar o nosso salário, porque nós temos nossas necessidades. Há também professores que fizeram cursos, especializações como mestrado, doutorado e ainda estão esperando que a Secretaria venha reajustar os salários de acordo com a titularidade, isso não está ocorrendo.
finalizou Vandete Santos
O protesto pacífico contou também com o suporte da Polícia Militar que ajudou a manter os manifestantes em segurança. Entre cartazes com mensagens aos governantes, alguns professores ainda trouxeram a imagem da capivara Filó, que ganhou grande repercussão no último mês ao ser apreendida pelo Ibama, pedindo que os deputados deem a mesma atenção e suporte à causa dos servidores estaduais.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) e em nota, o órgão explicou que o “Governo do Amazonas já trabalha em um estudo financeiro, em virtude da queda na arrecadação no Estado, situação registrada também em outros estados, para que seja definido qual percentual de reajuste será oferecido aos profissionais da rede estadual de Educação do Amazonas.“
A Seduc ainda afirma que uma reunião entre a equipe técnica do governo será realizada nesta quinta-feira (18), para tratar de novas propostas para a categoria.
“O Governo do Amazonas reforça que segue trabalhando em uma série de ajustes administrativos, como o recadastramento de servidores, buscando a desoneração da folha de pessoal, para que seja possível realizar o pagamento da data base dos profissionais da Educação”, diz um trecho da nota.
“Cabe ressaltar, ainda, o compromisso da atual administração estadual com a valorização dos profissionais da Educação que, desde 2019, já pagou mais de R$ 139 milhões em abono Fundeb para todos os servidores, entre professores e administrativos, ato inédito até então. O governo concedeu, também, de 2019 a 2021, quase 14% de reajuste salarial, sendo o último, de 9,19% a contar de 01 de janeiro de 2022; realizou a progressão vertical e horizontal de 18,7 mil servidores; além de investimentos realizados na qualificação dos profissionais e melhorias na infraestrutura das unidades de ensino“, finaliza.