A Organização da Sociedade Civil (OSC) Hermanitos realizou uma solenidade, na terça-feira (27), para promover o fortalecimento de ações empreendedoras de 50 mulheres venezuelanas, integrantes da terceira edição do projeto “Mujeres Fuertes”, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT).
Por meio da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e do Instituto Mana, o projeto entregou cartões com incentivo financeiro e materiais que contribuam com a manutenção ou com a abertura de negócios de refugiadas e migrantes venezuelanas. Além disso promove, a cada seis meses, ações de empoderamento, capacitação e incentivo às iniciativas empreendedoras.
“Nós atendemos 50 mulheres em cada turma. Já realizamos duas edições na área de gastronomia e estamos em andamento com outras duas edições, sendo uma na área de gastronomia e outra na área de estética e beleza. Atualmente, já temos 200 mulheres impactadas diretamente em Manaus e 50 em Boa Vista”, explica Ana Karolina Vasconcelos, de 25 anos, coordenadora do projeto.
O projeto é resultado de uma pesquisa da Hermanitos, de 2021, que revelou que 78% de 2.596 famílias têm mulheres como responsáveis pelas despesas da casa. A confeiteira Zuly Figueroa, de 36 anos, conta que o “Mujeres Fuertes” contribui também com o empoderamento e como rede de apoio das refugiadas e migrantes em Manaus.
“A gente vê uma luz no fim do caminho. Antes de começar a fazer este curso, achava minhas metas muito distantes, mas hoje em dia vejo mais perto. Creio mais em mim como pessoa, que tudo que nos propomos pode ser possível. Agradeço pela iniciativa de ajudar todas essas mulheres que lutam dia a dia. Todos falam que não devo chorar, mas é muito difícil. Nos conhecemos mais todo dia, é sempre uma experiência nova”, afirma Figueroa.
Miretzy Aular, de 35 anos, é proprietária de lanchonete e veio para Manaus há três anos, em busca de melhor qualidade de vida. Ela revela que depois da participação do projeto, sente-se uma mulher verdadeiramente mais forte.
“Cheguei com uma mão na frente e uma atrás, com meus três filhos. Sou uma mulher fortalecida, com projetos e minha vida mudou. Agora, tenho mais ferramentas para começar meu empreendimento”, diz Aular.
Supervisora de projetos do Hermanitos e em contato direto com iniciativas de impacto social há seis anos, a coordenadora do “Mujeres Fuertes” diz, também, que o contato próximo com as participantes mudou a forma de ver o mundo, principalmente na perspectiva do impacto social como cidadã.
“Estar quase diariamente com essas mulheres é estar em aprendizado constante sobre a vida. E com toda certeza, hoje sou um ser humano melhor e mais consciente”, afirma Ana Karolina Vasconcelos.