Manaus (AM) — Na última quinta-feira (6), o Ministério Público do Estado (MPE) determinou a retirada da propaganda publicitária da concessionária Amazonas Energia. Considerada desrespeitosa e altamente ofensiva, a campanha publicitária da empresa recebeu a notificação para que a veiculação seja retirada da TV e redes sociais em até 24 horas.
O diretor presidente da Amazonas Energia, Márcio Pereira Zimmermann, recebeu o prazo de 24 horas para a retirada da propaganda sobre a instalação do Sistema de Medição Centralizada (SMC), mais conhecido como medidores aéreos, dos veículos de comunicação. A medida, de autoria da promotora de Justiça substituta, Sheyla Andrade dos Santos, do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), afirma que a propaganda publicitária configura conteúdo ofensivo.
A decisão foi publicada no Diário Oficial do MP-AM da última sexta-feira (2), e foi concedido o prazo de 48 horas para que a empresa se manifeste. O descumprimento da recomendação, conforme observou a promotora Sheyla Andrade dos Santos, implica em ações judiciais.
A finalidade da propaganda era esclarecer sobre o funcionamento dos aparelhos e seus benefícios, porém, em determinado trecho do vídeo, a jornalista contratada para apresentar as informações declara que “quem é contra o medidor, é a favor do crime”.
A publicação da campanha estimulou revolta de vereadores e deputados amazonenses, que apoiaram a mobilização popular contra os medidores aéreos e empreenderam uma disputa judicial para impedir a instalação dos aparelhos. Parlamentares e moradores alegaram dificuldade de acesso para monitoramento do consumo de energia elétrica, além da poluição visual causada pelos fios conectados aos aparelhos.
Em nota, a assessoria da Amazonas Energia informou que a propaganda citada deixou de ser exibida no dia 5 de maio deste ano, antes mesmo de qualquer recomendação.
A concessionária salienta, ainda, o seu compromisso em distribuir de forma eficiente a energia em todo o estado do Amazonas, combatendo os desperdícios e as irregularidades.
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), sancionou Projeto de Lei (PL) da Câmara Municipal de Manaus (CMM) que proíbe a instalação dos medidores aéreos em 31 de março.
No final de maio, o juiz Ricardo Sales, da 3ª vara da Justiça Federal, proibiu o Executivo de aplicar qualquer medida, como multas, contra a instalação dos equipamentos pela Amazonas Energia. O presidente da CMM, Caio André (PSC), anunciou que vai recorrer contra a decisão.