A Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac) disse que empresas de navegação que possuem linhas regulares para atender a Zona Franca de Manaus já começaram a sentir os impactos da seca, especialmente sobre o transporte de produtos mais pesados, como alimentos (arroz, congelados e resfriados), cimento, metais, cerâmica, porcelanato e fertilizantes.
“As empresas apontam que a seca poderá impactar a navegação em 50%, ou seja, 50% do que deveria ser transportado deixará de ser durante este período. No pior cenário, em função da segurança, não será possível a navegação pelo Rio Amazonas”, disse a Abac.
Na última segunda-feira (16), a cota do Rio Negro chegou a 13,49 metros, a menor desde 1902, quando começaram as medições do volume das águas. Para reduzir o impacto, o governo federal anunciou a realização de obras de dragagem em trechos dos rios da região.
Segundo o governador do Amazonas, Wilson Lima, as obras de dragagem no trecho do Rio Amazonas, conhecido como Tabocal, próximo a Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus), terão início nos próximos dias.
De acordo com o Boletim Estiagem, da Defesa Civil do Amazonas, 59 dos 62 municípios do estado estão em situação de emergência, enquanto um (Canutama) está em alerta e dois (Presidente Figueiredo e Apuí), estão dentro da normalidade. A estiagem já afeta ao menos 584 mil pessoas.
“Com relação à ajuda humanitária, 40 mil cestas básicas estão entregues, em trânsito ou prontas para entrega pelo Governo do Amazonas, por meio da Defesa Civil, em parceria com Exército e Marinha. O Estado também segue com entregas de alimentos do Merenda em Casa, com mais de 2,2 mil kits já entregues”, informou o governo do Amazonas.
Wilson Lima disse que foram registrados só nessa área 415 focos de calor, focos dentre os dias 8 e 10 de outubro e que no período de 11 a 15 deste mês, as ocorrências caíram para 28. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas, de 12 de julho a 15 de outubro já são 2.386 incêndios combatidos no estado, 1.691 no interior e sendo 695 na capital.