Manaus (AM) – Os cigarros eletrônicos, conhecidos também como “vapes“, tornaram-se populares, principalmente entre os jovens entre 18 a 24 anos, apesar de ser proibida a venda. Os objetos podem ser encontrados em diversos estabelecimentos como bares, baladas ou no ambiente virtual como em sites, redes sociais e até em aplicativos de entrega.
De acordo com a Resolução nº 46, de 28 de agosto de 2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é proibida a comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) no Brasil.
A decisão da Anvisa se baseou no princípio da precaução, devido à inexistência de dados científicos que comprovassem as alegações atribuídas a esses produtos.
Em setembro do ano passado, a diretoria colegiada da Anvisa se reuniu para discutir a regulação dos cigarros eletrônicos no Brasil.
Na ocasião foi analisado o Relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR), que trouxe dados reunidos pela equipe técnica da Anvisa sobre o uso do produto, como os impactos à saúde, a toxicidade, além do posicionamento de organizações internacionais sobre o tema.
Ainda na reunião, foi decidido por votação unânime, a diretoria da Anvisa, manter a proibição dos cigarros eletrônicos. Os DEFs foram criados em 2003 e, atualmente, podem ter o formato de cigarros, canetas e pen drives, mas já tiveram diversos formatos e passaram por várias gerações.
De acordo com o pneumologista Henrique Álvares, o produto surgiu como uma opção “menos prejudicial à saúde” e reduziria os danos, para ajudar as pessoas a pararem de fumar. Essa visão enganosa se mantém até os dias atuais, no entanto, os DEFs trazem riscos para a saúde.
“Nada comprova que cigarros eletrônicos podem fazer bem para a saúde, muito pelo contrário. O produto contém aditivos que conferem sabor variado e aromas agradáveis. Os cigarros eletrônicos fazem com que o perigo da nicotina e das substâncias tóxicas ali presentes seja disfarçado”,
comenta.
Como funcionam os vapes
O pneumologista explica que a nicotina líquida é aquecida dentro dos dispositivos eletrônicos e no momento da tragada se transformam em vapor, mas para esse processo é necessário que se insira substâncias que não existem no cigarro.
“Um vaporizador, de cerca de mil tragadas, por exemplo, seria equivalente a cinco maços de cigarro. O usuário desse produto aumenta a chance de ter um infarto. O cigarro eletrônico causa doenças não só respiratórias, mas pode causar gastrointestinais, na boca, disfunção erétil e entre outros”,
explica.
Uso por influência
O estudante Lucas Almeida, 26, comenta que passou a usar o “vape” por puro “modismo”, pois, cigarro eletrônico estava em alta e também devido ao discurso enganoso de que faria menos danos à saúde. Ele acabou comprando um exemplar para ajudar a deixar o uso do cigarro comum, feito por mistura de tabacos e outros componentes.
“Eu cheguei a deixar o cigarro de lado e utilizava o cigarro eletrônico socialmente. E fui utilizando até que no ano passado comecei a ter tosses secas e um dia senti uma dor forte no peito, quando fui buscar atendimento médico, onde tomei soro. Até que fiquei me sentimento melhor, mas ficava muito cansado e as dores no peito continuavam. Então fui atrás de fazer exames e por meio de um raio-x descobri que estava com pneumonia química”,
relata.
Controle
A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) disponibiliza em Manaus, 17 Ambulatórios de Tratamento ao Fumante, por meio do Programa de Controle do Tabagismo, para combate ao problema.
Para iniciar o tratamento, os interessados em largar o vício por cigarro podem buscar o serviço social de 17 Unidades Básicas de Saúde (UBS) que integram o programa, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Inicialmente, o serviço consiste em quatro encontros individuais ou em grupo, uma vez por semana. Depois, as atividades são promovidas em intervalos de tempo maiores, até o usuário ser atendido de seis a 12 meses no ambulatório.
Lista de Ambulatórios para Tratamento de Fumantes
Zona Norte
1 – UBS Frei Valério – rua Bom Jesus, s/nº, Novo Israel
2 – UBS Sálvio Belota – rua das Samambaias, 786, Santa Etelvina
3 – UBS Armando Mendes – rua 5, s/nº, conjunto Manoa
4 – Policlínica Anna Barreto – avenida Grande Circular, s/nº, Monte Sião
5 – UBS José Figlioulo – rua Rios Arinos, s/nº – conjunto Residencial Viver Melhor
Zona Sul
6 – USF Dr. Luiz Montenegro – rua Pico das Águas, 527, Nossa Senhora das Graças
7 – UBS Petrópolis – rua Delfim de Souza, s/nº, Petrópolis
8 – UBS Nilton Lins – avenida Professor Nilton Lins, 3.259, Flores
9 – UBS Theodomiro Garrido, localizada na rua São José, s/nº, Colônia Oliveira Machado
Zona Leste
10 – Policlínica Ivone Lima dos Santos – rua 8, s/nº, Coroado 3
11 – UBS Amazonas Palhano – rua Antônio Matias, s/nº, São José 2
12 – UBS Mauazinho – rua Rio Negro, 113, Mauazinho
Zona Oeste
13 – Policlínica Raimundo Franco de Sá – Rua V, 150, Nova Esperança 1
14 – Policlínica Djalma Batista – rua 23 de Dezembro, s/nº – Compensa 2
Zona Rural
15 – USFR São Pedro – quilômetro 35, rodovia AM-010 (Manaus – Itacoatiara)
16 – UBFR Ephigênio Sales – quilômetro 41, rodovia AM-010 (Manaus – Itacoatiara)
17 – UBFR Pau-Rosa – ramal do Pau-Rosa, quilômetro 21, rodovia BR-174 (Manaus – Porto Velho)