Autor: Nelson Azevedo
Nelson é economista, empresário e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM, vice-presidente da FIEAM e diretor da CNI.
Duas reportagens publicadas no último domingo (22), na Folha de S.Paulo, trataram da Zona Franca de Manaus (ZFM) com uma lente que, embora legítima, revela certa distância dos contextos e complexidades da Amazônia produtiva. Uma abordou a evasão de talentos. A outra, os preços ao consumidor manauara. Ambas provocam reflexões necessárias, mas também exigem, por parte do setor produtivo, uma resposta propositiva, serena e fundamentada em fatos. A Zona Franca forma talentos – e o Brasil precisa retê-los A chamada “fuga de cérebros” não é exclusividade de Manaus. É um fenômeno nacional. Vivemos em um país em que 59% dos…
A proposta em debate no Congresso Nacional para reduzir a jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas, mantendo a remuneração mensal, apresenta-se como uma conquista social legítima. No entanto, como tantas outras medidas bem-intencionadas, ela pode produzir efeitos colaterais devastadores se aplicada de forma homogênea a um país estruturalmente desigual como o Brasil. A Zona Franca de Manaus (ZFM) é uma dessas regiões onde os impactos negativos não apenas superam os benefícios esperados, mas colocam em risco a própria razão de ser de uma das mais importantes políticas públicas de desenvolvimento sustentável do país. De acordo com a…
No cenário industrial do Amazonas, um fenômeno há muito identificado e cada vez mais consolidado ganha corpo e força: a presença feminina em posições estratégicas, operacionais e de liderança. Não se trata apenas de uma tendência, mas de uma transformação irreversível que reforça a necessidade de uma visão sensível, interdisciplinar e interinstitucional na gestão de pessoas e processos. Protagonismo, o diferencial A presença da mulher na indústria amazônica não é recente, mas sua ascensão a postos de maior protagonismo tem sido um diferencial cada vez mais evidente. Observações in loco confirmam o que já se intuía: contar com mulheres nas…
A Zona Franca de Manaus (ZFM) sempre foi um laboratório de inovação econômica dentro da Amazônia, conciliando desenvolvimento industrial com preservação ambiental. No entanto, diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas, pela nova ordem econômica global e pelo avanço da economia digital, a ZFM precisa se reinventar. Nesse contexto, a convergência entre Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e bioeconomia não é apenas uma oportunidade, mas uma necessidade estratégica para redefinir seu papel na economia nacional e internacional. Bio&TIC, diversificação e interiorização A digitalização e a conectividade podem transformar radicalmente a forma como a bioeconomia se estrutura e se expande…
A celebração dos 58 anos da Zona Franca de Manaus, sob a batuta competente da Suframa com seus acertos e avanços significativos, nos convida a olhar para a Amazônia, para além das nossas vinculações com a Amazônia Ocidental mais o estado do Amapá. Entre as descobertas e certezas consolidadas, a maior lição desta jornada é de que precisamos trabalhar mais próximos, fortalecendo o que temos em comum e transformando nossas diferenças em ingredientes que irão fortalecer nossa comunhão de conectividade na diversidade. Fortalecendo laços e enfrentando desafios O artigo publicado neste domingo em O Globo, assinado por Mariano Cenamo, especialista…
Nesta sexta-feira, vivemos um momento de celebração e reconhecimento. A classe empresarial do Amazonas prestou uma justa homenagem aos parlamentares do estado pelo empenho e dedicação na defesa da Zona Franca de Manaus (ZFM). Sob a liderança firme dos senadores Omar Aziz e Eduardo Braga, a bancada amazonense soube demonstrar, dentro do Congresso Nacional, a relevância, os avanços e os inúmeros benefícios desse modelo econômico para o Brasil. Na fala de ambos, a propósito, invocando o princípio evangélico da gratidão e da justiça, foi destacado o apoio efetivo e decisivo do governo federal, na pessoa do presidente Lula e de…
A paralisação dos auditores fiscais da Receita Federal, em vigor desde 26 de novembro de 2024, expõe um conflito complexo entre direitos trabalhistas e o interesse público. A greve, um direito constitucionalmente assegurado, possui limites naturais que buscam equilibrar a legítima reivindicação dos servidores com a continuidade dos serviços essenciais para a economia e a sociedade. O desafio atual não está apenas na solução do impasse, mas na maneira como os envolvidos conduzem suas ações diante das responsabilidades coletivas que lhes cabem. Ainda sob impactos da vazante extrema A Zona Franca de Manaus, principal polo industrial da Amazônia, tem sido…
O potencial da Amazônia está sendo desperdiçado? Os fatos, infelizmente, confirmam. A Amazônia carrega em si uma promessa imensurável. Não apenas como berço da maior biodiversidade do planeta, mas como um território estratégico para o Brasil e o mundo. No entanto, transformá-la em prosperidade para nossa população continua sendo um desafio crônico. Não pela ausência de caminhos, mas pela cegueira da insensatez que nos impede de enxergar além das diferenças e compartilhar uma jornada comum. Estamos paralisados por disputas pequenas Estamos presos a querelas que fragmentam nossa capacidade de ação. Personalismos, disputas paroquiais e falta de diálogo construtivo têm limitado…
O modelo econômico da Zona Franca de Manaus (ZFM) representa muito mais do que um polo de preservação ambiental. Trata-se de um motor essencial para a geração de empregos na Amazônia e no Brasil. A integração entre a economia da ZFM e o setor industrial brasileiro, portanto, pode acelerar o desenvolvimento de oportunidades econômicas, contribuindo para reduzir as inaceitáveis disparidades entre as regiões Norte e Sul do país. Celebrar alianças com as forças produtivas do Brasil significa transformar o mercado de trabalho e promover um Brasil mais igualitário e próspero. Indústria indutora do desenvolvimento A ZFM é o maior polo…
O ano de 2025 começa com muitas incertezas, e entre elas está a possibilidade de uma nova seca extrema que pode impactar severamente a região amazônica, especialmente na margem direita do rio Amazonas. Ainda que não se possa afirmar com certeza que enfrentaremos um evento semelhante ao registrado em 2024, o contexto exige uma reflexão mais aprofundada: quais providências devem ser tomadas agora para garantir o melhor aproveitamento das oportunidades, independentemente do que venha a ocorrer? Rios da margem direita e a BR-319: uma Conexão Estratégica Seja em um cenário de normalidade hídrica ou de adversidade, a margem direita do…