O advogado Martin de Luca, que representa empresas do presidente norte-americano Donald Trump, criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes após o decano da Corte apoiar os atos contra a anistia realizados em várias cidades do Brasil nesse domingo (21/9).
Pelas redes sociais, Gilmar afirmou que as manifestações são uma “prova viva da força do povo brasileiro na defesa da democracia” e que “a mensagem é clara: é hora de olhar adiante”.
A declaração foi atacada pelo advogado de Trump.
“Ministro, com respeito, sua mensagem revela exatamente por que a confiança no STF está em queda. Um juiz deve encarnar a imparcialidade. No entanto, o senhor celebra abertamente atos orquestrados pelo partido no poder, atos nos quais o próprio STF é exaltado como ator político. Isso não é independência judicial; é ativismo político”, escreveu de Luca.
Gilmar disse que, graças à atuação da Corte, o “Brasil reafirma que não há espaços para rupturas ou retrocessos” e que “a mensagem é clara: é hora de olhar adiante”.
“A mensagem é clara: é hora de olhar adiante! Precisamos transformar essa energia democrática em um grande pacto nacional entre Executivo, Legislativo e Judiciário, comprometido com uma agenda de reconstrução e de futuro”, escreveu Gilmar.
Atos
O domingo foi marcado por atos contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem, e contra o Projeto de Lei (PL) da Anistia. Convocadas por partidos políticos, movimentos sociais, artistas e influenciadores, as manifestações ocorreram nas 27 capitais brasileiras.
Encaradas como um termômetro político da capacidade de mobilização do campo progressista, as manifestações começaram de manhã em Brasília, Salvador e Belo Horizonte, e ganharam força à tarde com protestos em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.
A Avenida Paulista, em São Paulo, e Copacabana, no Rio de Janeiro, registraram mais de 41 mil pessoas — cada uma, segundo estimativa do Monitor do Debate Político da USP.