Entre ouro, prata e bronze, o Brasil conquistou 58 medalhas no Mundial de Queijos, concurso que elege os melhores queijos e laticínios do mundo a cada dois anos em Tours, na França.
Esta foi a 7ª edição do Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, que reuniu mais de 1.900 queijos de 26 países entre 14 e 16 de setembro. Ao todo, mais de 860 produtos receberam medalhas.
Produtores de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Amazonas e Bahia foram representantes nacionais que receberam medalhas. Dos 58 queijos e laticínios, 10 foram de ouro, 18 de prata e 30 de bronze.
Os produtos foram avaliados por um corpo internacional de jurados formado por mais de 220 profissionais. Eles atribuíram notas aos exemplares. Aqueles que passaram de 90 pontos receberam medalhas de ouro; entre 85 e 90 pontos foram premiados com prata; e mais de 80 pontos ficaram com bronze.
Na edição anterior, em 2023, o Brasil recebeu 84 medalhas. Antes, em 2021, os queijos e laticínios brasileiros foram premiados com 57 medalhas.
Destaques nacionais
Entre os destaques do concurso aparece a Estância Silvania, de Caçapava, no interior de São Paulo. Das 10 medalhas de ouro do Brasil, três foram conquistadas pela propriedade, sendo dois queijos e um iogurte natural.
Entre os queijos, o Dom Silvania é maturado com gengibre e urucum com casca de cera de abelha; já o Real Silvania é um queijo de massa cozida maturado por 60 dias. “É o Gir Leiteiro A2 da Silvania, manejado a pasto, ordenha com o bezerro ao pé e sem usos de hormônios, mostrando a qualidade do seu produto para o mundo”, escreveu a Estância no Instagram com relação ao leite da raça Gir Leiteiro.Queijo Passionata, produzido no oeste do Paraná, é maturado com infusão de maracujá e tem sementes na casca • Divulgação
O estado do Paraná também foi destaque com o projeto Biopark, instituição de ensino e parque tecnológico na cidade de Toledo. Criado há seis anos, o projeto tem cerca de 100 variedades de queijos em desenvolvimento e 29 produtores rurais associados. “Adaptamos os queijos europeus à realidade brasileira, respeitando o gosto local e os ingredientes nacionais”, explica o pesquisador Kennidy Bortoli.
Entre os ouros do Brasil, o Biopark levou dois. Foram premiados o queijo Abaporu, de massa mole de leite de vaca com casca lavada e maturação entre 14 e 30 dias, e o Passionata, de massa semicozida de leite de vaca, maturado de 30 dias a três meses e com notas de maracujá. Em 2024, o Passionata ficou entre os 10 melhores queijos do mundo em outra competição respeitada, a World Cheese Awards.
Conheça queijos e laticínios brasileiros com medalhas de OURO no Mondial du Fromage 2025:
- Queijo maturado com café – Queijaria Tradição D’Lourdes (Autazes, AM)
- Camponês Carrara – Rancho das Vertentes (Barbacena, MG)
- Real Silvania – Estância Silvania (Caçapava, SP)
- Dom Silvania – Estância Silvania (Caçapava, SP)
- Iogurte Natural (Nectar Silvania) – Estância Silvania (Caçapava, SP)
- Passionata – Biopark Educação (Toledo, PR)
- Abaporu – Biopark Educação (Toledo, PR)
- Benzinho – BelaFazenda (Bofete, SP)
- Queijo Fazenda Santo Antônio – Fazenda Santo Antônio (Alagoa, MG)
- Requeijão cremoso – Laticínios São João (Cruzília, MG)
A lista completa com todos os medalhistas pode ser conferida no site.
Melhor queijo do mundo
Dentre os medalhistas internacionais, 12 queijos foram selecionados para serem julgados novamente. Um foi escolhido como o melhor do concurso: o Gruyère AOP, um queijo de leite cru de vaca produzido pela Fromagerie La Côte-Aux-Fées, da comuna de La Côte-aux-Fées, na Suíça.
Todos os outros 11 finalistas eram de países europeus, como França, Áustria, Bélgica e Suíça, com exceção de um queijo de Madagascar, na África. Confira os finalistas no site do concurso.

